sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Cenas inesquecíveis

Hoje fui ao cinema, ver o filme super ultra hiper mega recomendado e indicado ao Oscar do Brad Pitt.
Achei ótimo, muito interessante...e, querem saber, eu sou uma pessoa que se deixa marcar por essas coisas...muitos filmes me marcam pra sempre, vejo e revejo as minhas cenas preferidas até decorá-las. Tudo que eu amo eu amo aos poucos, é preciso tempo pra me conquistar, pra eu ter certeza de que aquilo vai ficar pra sempre...Então, saí do cinema, gostando muito do filme, mas ainda sem ter minha cena preferida, sem saber se esse gostar vai se estender...
De qualquer jeito, cheguei em casa lembrando de muitas outras cenas que me marcaram, e que eu queria que vocês vissem comigo...




"well, the thing is...I`m just a girl, in front of a guy, asking him to love her"... Precisa dizer mais?

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

5 meses de blog!

Bonitonas, só para agradecer a todas vocês, que com sua presença, anônima ou comentada, enchem de alegria e sentido a vida da bonitona encalhada que, agora felizmente, sou eu!
Laura H

Música de casamento

Eu sei (ninguém precisa me lembrar) e vocês sabem que meu estado civil atual é...encalhada.

O que não impede que eu sonhe com meu próprio casamento, e tenha minhas próprias ideias (revoltada: minhas idéias permanecerâo acentuadas, independentemente dessa reforma ortográfica. Pode mandar me prender.). Voltando às minhas próprias idéias, no que diz respeito às músicas da cerimônia, elas variam muito, dependendo da música que eu estou ouvindo na época. Sou bem volátil, desapegada de qualquer fidelidade autoral, já que em regra, acho tudo muito lindo, desde que em seu contexto.
Ontem mesmo, chamada a palpitar nas escolhas das músicas para a cerimônia de uma amiga, estava eu na casa da musicista, alheia ao papo das duas. A moça que vai tocar tem uma formação supere erudita, discorre sobre Bach, Beethoven e Schubert assim, como eu discorro sobre bolsas, sapatos e a vida dos artistas...Então, estava eu boiando no papo, mas achando lindo tudo o que ela tocava...
Quando cheguei a uma conclusão. Portanto, se você é bonitona, encalhada e sonhadora como eu, lá vão minhas dicas para músicas de cerimônia. E preste atenção: se você é bonitona, encalhada, amiga de bonitona futura ex-encalhada, pode dar as dicas pra ela também.
Seja coerente. Por mais incoerente que seja uma encalhada ter lido este texto até aqui.
Coerente lato sensu com seu gosto, seu jeito de ser, de pensar e, óbvio, com a ocasião; e coerente stricto sensu, com as outras músicas escolhidas para a cerimônia. Sabe, pode ser ridículo da minha parte, mas eu acho uma falta absoluta de propósito alguém que odeia música nacional, casar com MPB... Se você não gosta, assume e pronto. O que não significa entrar com heavy metal. E nem com uma música de axé, a menos que você seja a própria Ivete (bonitona encalhada ela também, né?)
Como eu presto muita atenção nas letras, acho que é um ponto muito relevante: não escolher uma música sem prestar atenção no que ela realmente diz. Ora, ontem por exemplo, a moça sugeriu que minha amiga saísse ao som de Carinhoso... Agora me explica como é que alguém, com um mínimo de bom senso, acaba de casar e sai da igreja com uma música que diz (comentários meus entre parênteses):
Meu coração
não sei porquê (como não sabe? casou sem saber?)
bate feliz (pelo menos isso)
quando te vêeeeeeeeeeeeeeee (bonitinho)
E os meus olhos
ficam sorrindo
e pelas ruas
vão te seguindo (meio marido maníaco-ciumento-psicopata)
mas mesmo assim
FOGES DE MIM (????????)
Nem preciso continuar, né? Seria um contra-senso...Foges de mim? Só me faltava a noiva levantar o vestido e sair, em desabalada carreira... Fora o final: vem, vem, veeeeeeeeeeeeeeem....
A coerência pode ser sutil... Não é porque você entrou ao som de "Pela luz dos olhos teus", que sua Ave-Maria tem que ser a versão "Nossa Senhora" do Roberto Carlos. Mas as coisas tem que ter um certo equilíbrio. Mas nada massacrante também.
Tudo bem que você (como eu) passou a infância querendo ser uma princesa da Disney, mas ninguém precisa eleger "Temas da Disney" como trilha sonora e pôr o noivo pra entrar com a música do Aladdin, as daminhas com When you wish upon a star, a noiva com a música da Bela e da Fera, as assinaturas com a da Pequena Sereia e todos saírem, felizes, ao som de Hakuna Matata...
Outro detalhe importante, que quase ninguém lembra, é o noivo.
Acho bacana deixar ele dar um pitaco, já vi noivo fissurado na trilogia do Poderoso Chefão entrar ao som da música tema, já vi noivo entrando com Jack Johnson, música do Fantasma da Ópera, enfim, são muitas as possibilidades, mas, nunca, jamais, em nenhuma encarnação, nem pense em deixar o moço entrar ao som do hino do clube dele... corre o risco de ser vaiado, criar polêmica, e o casamento acabar sendo inesquecível pelo motivo errado.

Opinião de respeito sobre meu drama

Noel Rosa: "Quando eu morrer, não quero choro nem vela/Quero uma fita amarela gravada com o nome dela"...

Chega de verdades

Bonitonas,

essa semana foi uma correria só, e as pequenas verdades foram o jeito que achei de ficar mais próxima de vocês.

Desculpem o sumiço, prometo me manifestar com mais consistência semana que vem. Ou até hoje, mais tarde, quem sabe...

Laura, ainda com a fitinha amarela

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Verdade 9

Pra bom entendedor, meia palavra basta. Pra homem, uma palavra e meia, com gráficos, ilustrações e exemplos às vezes não são suficientes...

Verdade 8 - ainda sobre higiene pessoal

Se você está na dúvida se seu cabelo está sujo, terá certeza assim que sair de casa.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Verdade 7 - ainda sobre cores

Na praia, todos os pelos são pretos.

Verdade 6

Minha conta no vermelho, minha fitinha amarela, meu prato cheio de verde, e lá em casa tudo azul...bem que podia ter um pote de ouro no fim desse arco-íris...

Verdade 5

Se folha emagrecesse, elefante era magrinho.


Hipopótamo tb.

Verdade 4

A melhor simpatia pra arrumar namorado é a sua. Seja simpática.

Verdade 3

Quanto mais gorda eu fico, mais magros me aparecem...

(é a versão gordinha para "quanto mais eu rezo"...)

Verdade 2

Quando a lagarta acha que tudo está acabado, ela vira borboleta.

(frase de autor desconhecido, mas muito verdadeira)

domingo, 25 de janeiro de 2009

Verdade

Quanto mais gorda eu fico, mais amo comprar bolsas e sapatos.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Ainda o drama da fitinha

Hoje, pela primeira vez, tive que sair a noite com a fitinha. Olha, falando sério, estou muito disposta a continuar com essa fitinha, aconteceram algumas coisas bacanas, nada específico, mas estou sentindo umas energias positivas a meu favor...coisas de mulher, espero que vocês entendam.
O maior problema é que eu amo vestidos curtos, queria muito usar um, e acabei tendo que desligar meu senso de ridículo e encarar o salto com fitinha. Sendo sincera, ficou horroroso. Não sei se já mencionei aqui que a fitinha é amarela, e que tem uma looooonga ponta sobrando, mas enfim, estou teorizando que o desafio da fitinha é esse mesmo. O Senhor do Bonfim quer testar o quanto você deseja mesmo o que pediu, para abrir mão do glamour e aderir ao adereço.
Na hora de escolher a roupa, tentei ignorar o problema, e acabei ficando com um vestido mesmo. Nessa hora, me bateu um alívio por ter escolhido a canela e não o pulso. Sair de manga longa é impossível e, nos dias de semana, ia ficar inevitável a exibição constrangedora da minha súbita supersticiosidade (inventei a palavra agora, mas espero que vocês entendam).
Voltando do passeio, me ocorreu o seguinte: será que o desejo só realiza quando a fitinha arrebentar? Alguém tem alguma ideia (já escrito na nova regra) qual é o tempo médio de duração das fitinhas? Será que antes dos 30 vai rolar?
Ai, meu Senhor do Bonfim, onde é que eu fui amarrar minha...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Atualização

E não é que a fitinha parece estar funcionando? Ueba!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Fitinhas


Eu sei que pra quem tem acompanhado o blog pode até parecer que eu sou supersticiosa. Não sou. Juro.


Não é que eu acredite em tudo o que tenho tentado, mas é fato que eu tento tudo que me falam ser possível. A lógica é: se não fizer bem, mal não faz também e, afinal, tentar por não tentar, prefiro ser brasileira e não desistir nunca.


Agora, aos novos fatos.


Ainda de férias, havia diversas fitinhas do Senhor do Bonfim pela pousada. Totalmente gratuitas. Totalmente espalhadas por toda parte. Praticamente me convidando a fazer os três pedidos, dar os três nozinhos e esperar até a bendita fita se desfazer de tão fininha e arrebentar. Não resisti. Fiz três pedidos, um a cada nó. Um pedido foi óbvio (pra quem já me conhece), outros dois nem tanto, mas nenhum deles pode ser contado, sob pena de - segundo a simpatia - não se realizar.


Na hora - não sei onde estava com a cabeça - achei que seria mais discreto amarrar o adereço na canela, em vez do pulso. Agora, estou eu, uma aberração de calça social e ponta de fitinha amarela aparecendo. Podia até estar charmosinho na praia, e era bom que as pessoas olhasse para a fitinha, em vez de olhar para as banhas que vinham logo acima espalhadas pelas minhas pernas/glúteos/abdomen...
Sabe aquela expressão "amarrar a melancia no pescoço"? Entao estou me sentindo a versão abaianada do ditado. Amarrar a fitinha na canela. Que idéia foi essa? Está muito feio. Não sei explicar direito, mas a primeira impressão é de que fugi com outra roupa por baixo. Parece que sou doida. Não tem jeito de ficar bom. Será que eu posso cortar a ponta da fitinha? Será que isso diminuiria a capacidade do pedido ser atendido pelo Senhor do Bonfim? Pior que isso, é que a fitinha ficou meio justa, em alguns momentos, com esse calorão, meu pé incha e estou tendo a sensação de que está formigando e vai cair em seguida.

Eu sei que engordei bastante (está ai minha calça preta reservada para momentos de extrema gordura, servindo com perfeição, que não me deixa mentir...). Só que emagrecer as canelas não é um objetivo dos mais fáceis. Até tentei no google: exercícios para afinar canela. Não achei nada específico.


E também não quero cortar a cordinha. Com 27 anos, não posso dar uma chance dessas ao azar.


Já estou antevendo. Eu de longo em todos os casamentos desse ano. De bota de cano alto assim que chegar o inverno. Chega inverno, chega inverno...


Acho que casei com a fitinha. Até que a morte (dela) nos separe...

Selinhos

Bonitonas,

com um mega ultra super atraso (tudo separado porque eu aindanão sei as novas regras), quero contar a todas que estou super feliz, porque este blog bonitão recebeu dois selinhos super fofos.

O primeiro foi o Prêmio Dardos, que eu ganhei da Bárbara do Gengibre (o link está ai do lado, o blog dela é uma delícia, assim como gengibre que eu adoro, principalmente aquelas balinhas pra garganta!).

O segundo foi da Patrícia, do Patisserie (patisseriereport.wordpress.com). Meninas, fiquei chocada com o tanto que o blog dela é lindo, de ver, e gostoso também. Cheio de delicadezas, como o próprio nome sugere! Esse selinho, "Your blog is fabulous", tem regras:
Regras:
1- listar 5 obsessões/apegos/manias
2- postar as regras
3- indicar mais 5 pessoas
Então, lá vou eu!
Manias:
1 - Falar de casamento. Aliás, o tema casamento em geral. Como todas vocês já notaram, aliás.
2 - Escrever, afinal, pra quem sonha ser escritora, tem que ser, no mínimo, uma mania.
3 - Dar palpite em tudo.
4 - Ser apressada (o que é bom, porque acabo sendo muito pontual sempre).
5 - Ler blogs (adoroooo!).
Minhas indicações são:
1 - Paulinha (sweetestperson.wordpress.com);
2 - Renatinha (amigasneuroticas.blogspot.com);
3 - Barbara (barbaradedavid.blogspot.com)
4 - Aninha (nomeiodemim.blogspot.com), e
5 - Lu Ferreira (chatadegalocha.blogspot.com).
Beijocas a todas!
Laura

Preguiça

Não é que eu seja preconceituosa, nem que eu goste de rotular as coisas/pessoas, mas que as férias na Bahia, esquema comer/dormir/tomar sol/comer/dormir/ tomar sol, deixam a gente mole, preguiçosa, isso deixam.
A praia em que estávamos era meio deserta, bem longe do agito cheio de axé, e acabei ficando num estado letárgico impressionante. Muito sol já me deixa assim, sem querer me mover, e eu já disse algumas vezes o que agora escrevo: se eu pudesse ser um bicho qualquer, qualquer bicho mesmo, é fato que eu seria um hipopótamo, alternando banhos de sol, com momentos de submersão na água, só com os olhos de fora...
Um belo dia, já no fim da viagem, decidimos ir jantar numa cidadezinha próxima, mais agitada. Na porta do restaurante, havia um moço, muito engraçado (a figura era muito engraçada, gordinho (beeeem gordinho), loiro, branquelo, com uma túnica longa e um chapeuzinho desses que cobre só o topo da cabeça, ao lado de uma placa: Tarô.
Na farra, todo mundo começou a querer ir.
Um tomou coragem e os outros foram tomando também. Já eu, rainha das dúvidas, ficava naquela: vou, não vou, vou, não vou... Não queria gastar mais 30 reais, não sei se acredito nisso, mas as previsões de todos estavam batendo tanto com a verdade. (Por mais vagas que sejam as assertivas, me pareceram bastante adequadas a cada uma das minhas amigas...)
Depois de quase todo mundo, decidi: vou também. Só faltava uma na minha frente e ainda tínhamos uma hora até que a van chegasse para nos buscar. Beleza.
A consulta da minha amiga começou. Fiquei lá, meio longe aguardando. Aguardando, aguardando, aguardando. Aguardando, aguardando, aguardando. Olha, eu não sei mesmo o que o futuro dela reserva, só que, pelo tanto que o moço - detalhe, o nome do moço era Zeus (deve ser nome artístico, mas, mesmo assim, piada pronta, né?) - falou, acho que ela vai viver, no mínimo, 120 anos. Em resumo, a consulta não acabava nunca.
Quando faltavam míseros 10 minutos pra irmos embora, os dois finalmente se levantaram. Eu, com minha absoluta incapacidade de dissimular meus sentimentos, estava com cara de cachorro sem dono, já ciente de que eu não ia poder ter minha sorte desvendada naquele momento. Eu, que já fui em astróloga, mas nunca em taróloga, poderia estar perdendo a maior chance de saber meu futuro...Acho que Zeus (eu disse que esse nome era uma piada pronta!) se comoveu e decidiu me dar um brinde:
- Tire uma carta, que será uma mensagem dos céus pra você!
- Como assim uma mensagem?
- A carta vai dizer o que está te atrapalhando, vai indicar que precisa ser observado na sua vida.
Eu lá, me concentrei, fechei os olhos e tirei a única carta que revelaria todo o problema encalhador. Peguei uma bem do meio. Olhei. Incrédula. Até cheguei mais perto pra ver se não estava lendo errado. PREGUIÇA.
Zeus não se conteve. Não parava de rir. Achei super anti-profissional. Fiquei com ódio e meio envergonhada. Estava exposta ao ridículo, na frente de todos. Afinal, a consulta dos outros tinha sido sigilosa, e eu havia sido, na porta do restaurante, acusada pelos astros de preguiçosa. Tudo bem que não tenho ido a ginástica, tudo bem que às vezes deixo coisas pra amanhã, mas achei injusto.
Olha, eu sei que não entendo de tarô. Sei que existe a Torre, a Morte, o Imperador. Sei que existe o Louco, o Eu Interior, a Luz. Mas a Preguiça, com mil desculpas, só no tarô da Bahia mesmo. Tentei me auto-justificar: também depois de 10 dias nesse come-dorme, é claro que eu estou com preguiça. Até o blog ficou um pouquinho abandonado.
Agora, estou de volta e já que os astros recomendam deixar a lerdeza de lado: mãos à obra!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Sacudidas na praia

Alô, você!

Bonitona encalhada escrevendo diretamente da praia, onde a conexão com a internet não conecta e, quando o faz, cai de 5 em 5 segundos!
O computador disponível está instalado num cantinho de uma salinha super escondidinha, e parece uma sauninha (e não uma salinha). Computador na sauna, eu aqui, escrevendo só pra narrar meu desespero.
Então, vai ser um mini-post hoje, só pra contar que, em 2009, o mar náo está pra peixe (nem pra sereia - que eu queria ser, nem pra baleia - que não é peixe, é mamífero e está mais adequada a minha situacão corpórea atual). O que eu já tomei de caldo marítimo não está no gibi. Já comi areia, já perdi a parte de cima do bíquini, já ralei toda no fundo do mar e chacoalhei a ponto de perder o senso de direção. Mesmo assim, insisto no mar. E sigo acreditando que que os caldos e as sacudidonas fazem parte da vida.
Falando em sacudidas, preciso confessar, desde que mudaram a língua (e minha graduação em Letras encontra-se seriamente prejudicada), estou com medo de escrever qualquer coisa aqui no blog. Eu sei, teremos um ano de transição, por enquanto as duas regras são válidas, mas é que eu sou contra escrever erradamente em qualquer situação.
Acho que, para mim, cujos sonhos traduzem-se sempre em palavras escritas, isso é uma sacudidona das bravas: rever meus conceitos e saberes, sair da zona de conforto e reaprender a escrever. Eu, que sempre pensei por escrito, automaticamente, precisarei pensar para escrever. E, assim como dirigir, escrever é uma coisa que a gente só sabe de verdade quando consegue fazer um texto sem parar a cada minuto, pensando " se é com s ou com z", ou " se acelero ou passo marcha"...
Portanto, congelada de medo e derretendo de calor, estou a espera dos novos tempos gramaticais. Hibernei nos meus escritos até que eu tenha certeza de que essa mudança será consumada.
Em termos práticos: estou comendo, dormindo, tomando sol e esperando ver se a Donatella vai matar a Flora. Ou vice-versa. Meus pensamentos estão limitados a esses.
Estou aqui, a espera da inspiração que me faça correr o risco de escrever nessa língua nova.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Pulando as ondas - 2009

O último post começou como uma introdução, mas foi ficando tão comprido que decidi dividi-lo em duas fases.
Então, passado o trauma das ondas de esgoto, optei nesse ano por um reveillon na praia (como, inclusive, já contei por aqui).
A praia, no caso, se chama Itacoatiara, e fica bem perto do Rio de Janeiro (a cidade). Itacoatiara é famosa por ser uma praia ótima para surf e péssima para banho, já que o mar é revolto e as ondas fortes. Muito fortes mesmo. É um tipo de mar ideal para roupa de neoprene (macacão fechado do tornozelo ao pescoço) e completamente inadequado para o tomara que caia que eu gosto de usar (pra não ficar com marquinha no pescoço).
Deixando as elocubrações de lado para abreviar o caso, estávamos todos nós, a turma do reveillon, a postos, esperando pela meia-noite. Tão logo os primeiros fogos de artifício começaram a pipocar no céu, eu e minhas amigas nos pusemos a posto, na linha em que as espuminhas mais baixinhas das ondas chegavam na areia, pra pularmos as fatídicas sete ondinhas recomendadas para trazer boa sorte. Sabe, a simpatia não estipula a altura da onda, nem nada, então, eu sempre fico bem na beirinha, quase que só molhando a ponta dos pés mesmo, mas acho que é válido.
E lá veio uma, pensei: paz! Pulei traquila...
Duas! Pensei: saúde! Pulei saudável...
Três! Pensei: sucesso! Pulei feliz...
Quatro! Pensei: amor! Pulei amorosa...
Cinco! Pensei: casamento!
De repente, de um jeito absolutamente inesperado e num rompante estranho para a sequência de ondas que a antecedera, veio uma onda de verdade, grande, dessas que embola as pernas (e encharca a gente até a cintura). Era como se um mini-tsunâmi tivesse decidido exibir-se para mim, naquele momento, ao vivo e em cores. Agora eu entendo o povo da Ásia: não dá mesmo pra antever o fenônemo.
Fiquei arrasada. Não pela semi-nudez, nem pelo necessidade de uma toalha. Fato é que, além de não ter pulado a ondinha do desejo matrimonial, ainda perdi duas outras que eu já tinha planejado. Eu ainda ia pedir pra emagrecer e pra virar escritora de vez. Pelo visto, não será ano que vem...
Fiquei um tempo decidindo o que pensar, o que fazer...será que a gente pode pular as duas ondinhas que faltavam sem ser na sequência das primeiras? Decidi nem arriscar, pra não correr o risco de ser nocauteada pelo mar de novo.
Acho que Iemanjá, ao ouvir meu pedido, disse:
- Minha filha! Pular espuma pra manter paz, saúde, sucesso e amor, que você já tem, eu até aceito. Mas pede um casamento e quer pular só isso? Se liga!!! Pode treinar que nem a Marren Maggi...Pode procurar aquela vara que a atleta brasileira perdeu em Pequim, que sua onda vai precisar... Já ouviu falar em Hawaii? Já ouviu falar em ondas gigantes...então... Toma vergonha, né?

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Pulando as ondas

No reveillon de 2006 para 2007, decidimos fazer uma festa na fazenda. Como sempre, tomei banho antes dos outros, pra ter mais tempo de começar a cuidar dos preparativos. Enfim, pra ficar do meu jeito neurótico controlador vendo os outros se descontrolarem na hora em que todos os chuveiros teriam que estar ligados ao mesmo tempo.
Tenho pânico de filas e tumultos. Por isso, sempre tento planejar as coisas com uma certa antecedência e me antecipar. Se ninguém quer ser o primeiro a tomar banho, eu sempre quero, se todos querem ser os primeiros a jantar, eu não ligo de ser a última. Me programo para fazer outras coisas e não perder tempo nunca. Para mim, uma questão de logística que facilita a minha vida. Para outros, uma questão de neurose...
O fato é que, naquele reveillon, fui a primeira a tomar banho e estava lá, prontíssima, quando a maratona do revezamento quatro por quatro dos banhos das demais pessoas começou. Com a sobrecarga da movimentação, não havia mais água quente, ninguém achava mais as coisas e eu lá, na sala vendo o circo pegar fogo, sem poder fazer muito, senão assistir novela.
De repente, decido dar uma voltinha, sair da casa, e vejo que a sala estava com um fio de água, saindo de algum lugar então misterioso. Seguindo os vestígios, cheguei à fonte de onde emanava a água: uma pequena poça em volta do ralo do lavabo da sala. Fui lá dentro, peguei um pano de chão, e coloquei em cima da poça, pretendendo eliminar o problema. Em poucos instantes, o pano estava ensopado, e a poça começava a se transformar num pequeno curso de água.
Dessa maneira, o que começou com um simples riachinho, havia se transformado num curso de água cada vez mais caudaloso e que agora, voltava-se ameaçadoramente em minha direção. Como correr não era uma alternativa e como todas as outras pessoas estavam se arrumando, decidi, com a ajuda de uma moça que estava nos ajudando na limpeza, a por a mão na massa e o pano no chão.
Só que, como os banhos aumentava, seguidos uns dos outros, o entupimento não se revertia e muito menos as pessoas, já na umidade de sua higiene pré ano novo, percebiam o desastre iminente. Eu, que havia por algumas vezes naquele ano almejado passar a noite da virada pulando sete ondinhas, não queria, em nenhum momento, que fossem ondinhas de esgoto. Por isso é tão importante ter cuidado com o que se deseja.
Meus pés, até então secos, estavam sendo constantemente ameaçados e qualquer distração seria fatal. Mas eis que, sem razão aparente, o esgoto deu uma golfada, com bolhas e começou a sair espuma. Dois pensamentos se alternavam em meus dois neurônios naquela hora: ainda bem que veio espuma de banho, espero que ninguém decida fazer cocô, ainda bem que veio espuma de banho, espero que ninguém decida fazer cocô, ainda bem que venho espuma de banho...
Foi quando me ocorreu que eu também deveria temer xixi, naquelas circunstâncias, já que: a) xixi, naquele contexto, seria imperceptível; b) é muito mais provável que alguém se aventure a fazer xixi, enquanto outro está no banho, do que cocô...
E eu lá, puxando a água, freneticamente, suada, com os pés em todas as espécies de sujeira que as outras pessoas estavam tirando dos corpos delas...
Aos poucos, com os chuveiros sendo desligados, a água brotante foi diminuindo, até que cessou completamente.
Pelo menos, foi a tempo de eu lavar os pés, BEM LAVADOS, de todas as possíveis e prováveis inhacas alheias. Se bem que, retrospectivamente falando, 2007 não foi lá essas coisas...