sexta-feira, 26 de junho de 2009

Sobre responsabilidade com o coração dos outros

Às vezes a gente acorda pensando:

- Como é que eu fui me deixar gostar tanto assim de alguém? Alguém que nunca me prometeu nada, que nunca me quis direito. De graça. Como é que eu simplesmente vi, conversei, me encantei? Como é que eu, tão esperta pra umas coisas, me meti nessa fria que não tem saída?

Às vezes a paixão é assim: unilateral e injusta. Avassaladora como a maioria das paixões. Marcante também.

Duro é ficarmos inundadas de um sentimento que a outra pessoa nem supõe. É ter certeza absoluta que a pessoa não desconfia do que você sente e, avaliando racionalmente as circunstâncias, chegar a conclusão de que seja melhor nunca contar. E nunca tentar.

Pode acontecer de uma farra era pra ser uma aventura de uma noite, acabar sendo isso mesmo - mas só para uma das partes. A outra, sem que ninguém nunca saiba, fica dilacerada. Leva anos pra entender que aquele dia, único, nunca vai ser a história de amor da minha vida, daquelas que se estendem, mas pode ser a história de amor da vida, daquela que sempre vai estar no lugar especial do coração.

Nem todos os grandes amores são pra sempre. O que não significa que não tenham sido grandes, ou que não tenham sido amores.

Lembrei-me então dessa música, que é a versão feminina e romântica do lema do pequeno princípe: tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. É um termo de responsabilidade, que todo bonitão incauto deveria ler, e conhecer. Um termo de responsabilidade, uma advertência.

Eu já ouvi essa música mais de mil vezes. O jeito de cantar, as palavras ditas com tanta precisão...era como se eu mesma estivesse me ouvindo, na voz de outra pessoa.

E hoje eu acordei pensando nela, como se fosse uma advertência que devêssemos mandar a todos aqueles por quem nos apaixonamos, para que sejam responsáveis (eternamente enquanto dure, como sugere Vinicius) por aquelas que cativam.

Pra quem não fala inglês, achei uma tradução na internet, que dá uma ideia do que fala a música, apesar de eu acreditar que cada coisa nasce em sua língua e que tradução, de verdade, é impossível.

Near You Always (tradução)
Jewel
Por favor, não diga "eu te amo"

Essas palavras me tocam muito profundamente

E elas fazem

meu âmago tremer

Não pense que você sabe o efeito

que produz em mim

E, por favor, não olhe pra mim assim

Isso só me faz

querer fazer você ficar perto de mim sempre

E, por favor, não me beije com tanta suavidade

Isso me faz seguir mil beijos

E, por favor, não me toque desse jeito

Faz com que todo outro abraço pareça pálido e sem brilho

E, por favor, não se aproxime tanto

Isso só me faz

querer fazer você ficar perto de mim sempre

E, por favor, não me traga flores

Elas só cochichariam as coisas doces que você diria

E não tente me entender

Suas mãos já me entendem muito, de qualquer jeito

Isso só me faz querer fazer

você ficar perto de mim sempre

E quando você olhar nos meus olhos

Por favor saiba que meu coração está nas suas mãos

Não é nada que eu compreenda

Mas, quando estou nos seus braços, você tem total poder sobre mim

E seja gentil, por favor

Pois suas mãos estão nos meus cabelos, mas

Meu coração está nos seus dentes e isso

Me faz querer fazer você ficar perto de mim sempre

Suas mãos estão nos meus cabelos, mas

Meu coração está nos seus dentes e isso

Me faz querer fazer você ficar perto de mim sempre

Quero estar perto de você sempre

terça-feira, 23 de junho de 2009

Aula de Inglês

Logo nas primeiras aulas de inglês, tive uma dificuldade imensa.
Se "you" significa você (no singular), e se "you" também significa vocês (no plural), como é que, quando eu disser you, numa sala cheia de gente, as pessoas vão saber se é com alguém específico, ou com todos que eu estou falando?
A professora me disse:
- Todo mundo vai saber, eu te garanto.
Por um tempo, senti necessidade de apontar a quem me dirigia e saia pela aula, falando "you" ou "yous", conforme o caso, e estendendo o dedo para os meus reais interlocutores.
Nesse fim de semana, diante de uma sala lotada, meu coração disse para vários corações que ali estavam: - I love you.
E tenho certeza que todos as "you" que ali estavam sentiram-se amadas: específica (por serem únicas e especiais, por fazerem parte da minha história cada uma a seu modo) e coletivamente (por serem parte desse bloco lindo de pessoas especiais que vocês são).
Amo você, amo vocês, e é uma coisa só: I love you.

Alguém discorda?

Iorgute é bem mais gostoso que iogurte e as largatas dão muito mais medo que as lagartas.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Comi

Como vocês devem ter imaginado, comi no fim de semana, o que aplacou minha intensa atividades de postagem nos dias que o precederam. Mas hoje haverá post. Com calma.
Beijos
Laura

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Noivas ousadas

A Liginha (ligialana.wordpress.com) achou essa matéria aqui: http://colunas.epoca.globo.com/mulher7por7/2009/06/19/noivas-ousadas/
e lembrou da gente!

O texto é da Maria Laura Neves, mas estou pensando sobre o assunto. Não sei o que acho ainda. Dêem seus pitacos:

Sempre achei que casar com pompa e circunstância era coisa de menina recatada e que não sabe como gastar bem o dinheiro que tem. Afinal, o que vale mais? Uma festa de R$ 100 mil ou 10 viagens de R$ 10 mil, cada?

Depois que me casei (leia-se: assinei a papelada no cartório) e vi muitas das minhas amigas se casando, comecei a mudar de ideia sobre o grande dia. Uma festa de arromba pode, sim, ser um bom investimento. Nem tanto pela celebração da união - que, na minha opinião, ou é sólida, ou nunca será - mas, principalmente, pelos porres homéricos das madrinhas, pela emoção nos olhos dos pais.
Agora, estão tentando me convencer de que há outro motivo para arrependimento: a despedida de solteira! Uma amiga me confessou que se enroscou com o gogo boy que animou sua despedida de solteira. Não chegaram as vias de fato, foi só um amasso animado. Outra disse que ficou com vários caras na mesma balada antes de casar. Uma colega de trabalho armou a sua festa de despedida de solteira em uma casa de suingue. Dois garotos de programa entrevistados na Marie Claire de maio contaram que a agenda deles anda lotada dessas despedidas.

Uma matéria publicada na revista americana Newsweek explica o fenômeno. Segundo o artigo, as noivas andam cada vez mais sexies, liberadas e picantes porque a emancipação feminina chegou à mais tradicional das instituições, o casamento. Por lá, os vestidos e decotes estão mais ousados, as festas de despedidas mais selvagens. Uma moda entre as noivas americanas é tirar fotos sensuais, estilo revista masculina, para dar ao marido.

Outro motivo que está por trás dessa história é que a geração que está subindo no altar agora é mais sexualizada do que as anteriores: coloca fotos quentes no orkut, facebook e messenger; veem as atrizes e modelos em poses sensuais em capas de revistas. “Não dá para disconectar a indústria do casamento do que está acontecendo no mundo. Hoje, meninas de treze anos se maquiam e fazem sexo oral”, disse a socióloga Chrys Ingraham, autora do livro White weddings: romancing heteroseuality in popular culture, uma obra crítica à indústria do matrimônio. Além disso, as mulheres casam mais velhas. Estão mais para Carrie, do Sex and the city, do que para Cinderela e outras princesas da Disney.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Avaliação física

Lá fui eu fazer avaliação física.

Depois de me olhar, beliscar com a máquina beliscadora, pesar, medir, apalpar, o moço me olha e fala, olhando diretamente para os meus quadris:

- É...hum...vc já pensou em fazer uma lipo?

Mereço.

Presente

Hoje ganhei um mega presente ao acordar.

Foi esse post que a Wall, bonitona que nos acompanha, fez sobre o livro no blog dela: http://walkyria-suleiman.blogspot.com/2009/06/bonitona-encalhada.html

Aproveitem para conhecer o blog todo, a Wall é uma bonitona única, muito bacana mesmo!
Eu queria aproveitar esse espaço para dizer que leio todos os comentários e todos os emails, sem nenhuma exceção. Mesmo quando vocês comentam posts mais antigos, eu recebo tudo no email, então sempre tenho notícia!
Peço desculpas por não responder tudo, mas é que na correria e na desorganização da minha caixa de entrada, acabo pulando algumas coisas.
Amo receber os comentários, vcs nem imaginam como eles me ajudam a ter inspiração, a ter força de vontade e a continuar postando, mesmo quando as coisas não estão assim, uma Brastemp.
Obrigada demais!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Cenas inesquecíveis - A Bela e a Fera

Acho que, de todas as cenas inesquecíveis da minha vida, a "mais mais" de todas é esta.

Marcou minha infância, inspirou minha adolescência e até minha paixão/obsessão por livros vem da Bela. Até hoje eu quero ter uma biblioteca idêntica à que ela ganhou da Fera (alguém mais no mundo se lembra dessa cena específica?)

Então, voilá...

Cenas inesquecíveis - Antes que termine o dia

Para Lid

Bonitonas, essa é a cena que a Lid escolheu. É linda, ainda mais no contexto do filme...aliás, um filme de morrer de chorar, né, dona Lid??? Aproveitando já a TPM...








PS: Ademais, fiquei numa dúvida se esse moço era ou não o Jude Law (que eu acho TUDO!). Mas não é...

Melô da TPM

Cenas inesquecíveis - Encontro Marcado

Para Alice Mânica


Bonitonas, a Alice sugeriu a cena do comecinho do filme, em que após sair do café os dois ficam olhando pra trás em momentos desencontrados e que realmente é mto linda...mas ai achei esse clipe no Youtube, com várias cenas muito lindas desse filme que é todo muito lindo e resolvi postar aqui!



A minha cena preferida desse filme é, especificamente, a da piscina, quando ela tira a camisa dele e solta o cabelo depois...acho que é a cena de sexo mais delicada do cinema.







Agora me conte, qual cena de filme é inesquecível pra você?

PS: Yara, ameeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeei seu email! Muito obrigada pela lindeza de suas palavras! Bjooo!

Laura

Agora que eu cresci...

A música continua lindaaaaaaaaa (pelo menos pra mim!).

Rapha, minha história de amor é mais ou menos essa! Mas eu prometo contar com calma, num dia que eu estiver menos ansiosa!

Dani Bottrel: nada contra as misses! Só achei engraçado (no bom sentido) elas ficarem tão paradinhas...mas deviam estar tensas pelo resultado, né?

Onde andará Juninho Bill???

Hoje, com a fome que estou, vai ter chuuuuuuuuuuuuuuuuuuva de posts. Temporal.

Voltando ao tema, quando eu era criança, meu sonho era viver um amor assim:



detalhe do comentário da Xuxa: - Ele já tem jeitinho de político...não sabe de nada! kkkkkkkkkkk

Contradições

Apesar da ausência de doces, estou com duas espinhas enormes.

Uma onde nascem os cabelos (semi-chifre) e outra bem no meio do queixo.

Ó céus, ó vida, ó azar.

Doces

Estou há 2 dias sem comer doces.



Meu (mau) humor já deixa claro que estou de dieta.
Hoje quase mordi um operador de telemarketing que não podia me dar o código de barras para eu pagar minha fatura pela internet.
A fatura venceu dia 15. Esqueci a meleca do papel na bolsa errada. Hoje de manhã, peguei a fatura e...não sei onde coloquei.


Agora, o telemarketing do cartão, em vez de simplesmente me ditar a linha com os infinitos números do código de barras quer que eu, após informar até a cor da minha calcinha, AGUARDE UMA SENHA PELO CORREIO para poder criar uma senha definitiva. Não é nem verossímil... e se eu tivesse queimado a fatura? Ia ter que pagar multa até o dia que a senha chegasse???
Além disso, estou de TPM.

É possível ser feliz num mundo sem chocolate?

Ai, procurando no Youtube, achei um videozinho muito das antigas, que me arrancou alguns sorrisos... e recordações!



Detalhe pro sensacional gingado da dupla, pro entusiasmo da platéia e pras misses, estáticas!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Nome aos bois

Outro dia, num momento filosófico na manicure, imersa na minha leitura semanal de revistas de celebridades (e/ou fofocas) fui trazida à superfície pela pergunta:

- Pode ser inveja boa essa semana?
- Hein???
- É o lançamento novo da Risqué. Inveja boa.
- Ah, tá. Pode ser.

Sai do salão pensando que eu estava ali, trazendo nas minhas unhas, uma definição que sempre achei estranha. Será que alguém vai me perguntar que cor de esmalte estou usando? E será que vai perguntar por que está com "inveja boa" da cor das minhas unhas??? Eu sou meio cética com relação à inveja. Acho que inveja é, via de regra, ruim.
Bom é admiração, respeito, torcida pelo outro. Capacidade de ser feliz com a felicidade alheia.
Agora, inveja, geralmente, é um sentimento destrutivo. Porque inveja boa pra mim é, na verdade, vontade de poder fazer/ser/ter o mesmo. Por exemplo: sua amiga passa uma semana num resort maravilhoso no nordeste no meio de abril, quando você está atolada de trabalho. Isso seria um caso de sentir vontade de também fazer o mesmo, e não inveja. Então vamos chamar de inveja o que é inveja e de vontade o que é vontade. Pode ser que as duas coisas se misturem. Inveja de quem é magra, porque eu queria ser também. Inveja de quem é disciplinada, porque eu queria ser também. Mas a inveja é mais venenosa que a vontade. E pode vir disfaçada.
Disfarçada de implicância ("ai que antipatia fulana não poder matar ginástica nunca par encontrar com as amigas!"); ou de despeito ("ai, não aguento gente que se priva de tomar sundae có pra manter o bumbum em pé"). Quem desdenha, quer comprar...
Infelizmente, vamos continuar sentindo inveja - porque somos humanos - e vontade, também porque somos humanos. Acho importante a gente se policiar e tentar educar nossa cabeça pra evitar essas energias ruins que, no fim das contas, atingem mais o invejante que o invejado. Quando tenho consciência de que estou assim, radioativa negativa, logo logo mudo a direção do pensamento, e tento consertar o rumo das ideias.
Agora, uma coisa engraçada, é que acontece de, às vezes, a gente usar as palavras do jeito errado.
Eu, por exemplo, quando achava que meu namorado estava com uma roupa estranha, costumava falar:
- Nossa, essa roupa está tão...engraçada.
E usava engraçado pra tudo: o cabelo de não sei quem ficou engraçado, essa moda nova é meio engraçada. Até o dia em que alguém me perguntou:
- Você gostou dessa blusa?
-Ah, não sei, achei meio engraçada.
- Mas engraçado-engraçado ou engraçado-feio?
Achei interessante, porque eu falava "engraçado" pra não magoar as pessoas dizendo "feio", mas quem convive comigo sabe que meu "engraçado" pode significar "feio" e fica tudo confuso. Do mesmo jeito que inveja pode significar vontade. E vontade pode significar inveja. O que é um pouco engraçado também.

Uma bonitona gorda, um vestido magro

Quem acompanha este blog desde o primeiro post, ou quem chegou depois e foi lá conferir, ou quem leu o livro sabe que tudo começou com meu pai e eu assistindo, lado a lado, como ainda hoje fazemos, um programa na tevê.

O programa que fez com que meu pai me chamasse de bonitona encalhada pela primeira vez foi "Três noivas gordas, um vestido magro", um reality show em que três competidoras muito acima do peso tentam perder muitos e muitos quilos para ganhar um lindo vestido de casamento.


Agora, neste momento de minha existência em que meu grande dia se aproxima, subi na balança ontem e ela foi cruel. PRECISO perder pelo menos uns três quilos, o ideal seriam seis, mas não posso criar tantas expectativas, principalmente porque, quando Eu crio expectativas, elas rapidamente emitem um comando ao meu cerébro para que ele coma tudo o que encontrar pela frente.

Todo mundo que eu conheço funciona assim: fica triste, emagrece. Deprime, emagrece. Fica ansiosa, emagrece. Estressa, emagrece.

Não sei por que misteriosos desígnios divinos, eu, ao contrário, engordo. Deus me deu esse diferencial:

- Laura, para que você seja única, nas ocasiões em que suas amigas geralmente perdem peso, você vai ganhar.

Está ai uma coisa que, em geral, as pessoas não querem ganhar. Peso. Prefiro injeção na testa.

Quando fico triste, deprimida, estressada, ansiosa e/ou de TPM (pode ser que um ou mais sintomas apareçam simultaneamente) o único sorriso que realmente me cativa são das batatas sorriso. Tão simpáticas! Aliás, batatas sorriso e biscoitos trakinas! Tem como não engordar? Deviam inventar alfaces sorriso, chuchus sorriso, enfim, todos os vegetais bem sorridentes...mas não.




A questão central é que as pessoas já estão pensando que estou grávida, diante da decisão repentina de atar os laços matrimoniais, e eu não queria confirmar as suspeitas quando elas olharem para minha pancinha proeminente. Nem quero que o "será que" seja a conversa predominante neste momento... além disso, não quero também braços gordos, nem cintura de elefante. Queria ser uma noiva linda (e magra) e como o projeto é ser uma noiva linda (e magra)em 25 dias, tudo está atrasado.

Verdade é que em fevereiro, a BOA FORMA lançou um desafio da noiva, que prometia emagrecer 10 quilos e definir os músculos em três meses, mas, na ocasião, eu não tinha nenhuma expectativa de ser uma e esbravejei. Cogitei inclusive cumprir todo o programa e mandar um depoimento desaforadíssimo para a revista, dizendo que as bonitonas encalhadas também eram capazes de vencer qualquer desafio. Mas não. Negligenciei meu espírito combativo e combatente e orgulhoso de bonitona encalhada e deixei pra lá. Agora: agora não faço idéia de como vou me virar nos 30, ou melhor, nos 25 (dias), para perder os centímetros que sobram. Será que me exilo num SPA? Será que corro todos os dias para o trabalho? Será que começo a acordar as 4 da manhã para malhar 5 horas por dia?

Convenhamos que a vida é mesmo cíclica. Me tornei bonitona encalhada assistindo "Tês Noivas Gordas e Um Vestido Magro" e estou prestes a deixar de ser encalhada protagonizando "Uma bonitona gorda e um vestido magro".

Adorei todas as sugestões recebidas hoje. Combinando a dieta do zíper (sensacional!) com a de South Beach e algumas muitas horas na academia (em que tenho que me matrícular) o resultado será certo. Tomara. Eu podia mesmo era fazer uma promessa pra São Longuinho e prometer tantos pulinhos, mas tantos pulinhos que os próprios pulos dados em cumprimento da promessa me fizessem emagrecer. Mas não quero me comprometer com santo que é compromisso que eu levo muito a sério. Está na canela até hoje a fitinha amarela do Senhor do Bonfim que não me deixa mentir.

Acho que a solução tem que ser drástica e definitiva. Vou escrever no blog todas as vezes que tiver vontade de comer. Vamos ver se assim eu me controlo. Preciso descontar a compulsão em alguém. Pode ser em vocês?

Urgência

Preciso urgentemente, desesperadamente e assustadoramente emagrecer 6 quilos até o casamento (que é dia 9 de julho). Em outras palavras: tenho 24 dias. Aceito sugestões (que não envolvam remédios controlados).

Alguém conhece uma dieta muito boa e muito eficiente???

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Duas respostas

Duas respostas para perguntas com a mesma essência que recebi hoje no email:

Resposta 1: Sim, se você está ficando com uma bonitona há algum tempinho e chamar ela pra sair hoje ela vai achar (ou ter certeza) de que vocês estão namorando. Oficialmente.
Resposta 2: Não, se você não quer namorar com o cara, ou não tem certeza se quer, você não deve sair com ele hoje. Sim, ele vai entender, de cara, que você não quer namorar com ele. Resta saber se ele vai achar que você nunca quererá ou se ele vai achar que você AINDA não quer. E se, depois disso, ele ainda vai querer... É difícil mesmo.

Dermatologista

Minha irmã foi a uma dermatologista nova, dia desses.
Recomendação da amiga do trabalho (a médica do convênio) com quem divide o apartamento e as pequenas aflições femininas de todo dia.
Chegando na consulta, sobre uns pêlos (ainda com acento) chatos que insistem em encravar, a médica começa a orientação:
- Olha, querida, não sei se você sabe, mas esse hábito de depilar tantas partes só é comum assim no Brasil. Na Europa, as mulheres deixam os pelos, até nas axilas. Cera quente, cera fria, é tudo muito agressivo...
Minha irmã, antevendo no que isso ia dar, interrompe:
- Olha Dra., é que eu não estou pretendo lutar contra a cultura brasileira, nem me mudar pra Europa. Então, queria um jeito de desencravar os pêlos...
A médica, resignada, continuou a consulta, recomendando gilete, exfoliantes e creminhos.
Ao chegar em casa, contou o caso pra amiga que tinha feito a indicação:
- Fui na dermatologista hoje.
- E ai, gostou?
- Médio.
- Por que?
- Ah, sei lá. Ela começou com um papo de que depilação era coisa da cultura brasileira...
A amiga engasgou no meio do copo de suco. Não conseguia parar de rir.
Minha irmã:
- O que foi?
- Nada não.
- Ah, agora conta.
- É que eu fui nessa médica quando estava com um ressecamento no rosto, lembra? Uma perebinha vermelha aqui, bem no meio da bochecha?
- Lembro.
- E a consulta começou assim: "Olha querida, não sei se você sabe, mas esse hábito de tomar banho diariamente é uma coisa da cultura brasileira. Na Europa"...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Casamento Sigiloso

Só eu que estou achando uma antipatia esse negócio da Deborah Secco ter Cicarellado e casado num castelo (guardadas as devidas proporções) sem deixar vazar nem uma foto sequer??? Tão amiga da Juliana Paes, tão diferente... até a Sandy enviou umas fotinhos pra matar nossa curiosidade!

Espero que Stefany Brito, futura senhora Pato, não repita isso.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Aliança

Bonitonas e bonitões,


recebi este email hoje e achei tão legal (não sei se é verídico, mas que é legal é), que decidi postar aqui no blog!


Bjos


Laura


Aliança

Sabe por que a aliança se usa no quarto dedo? Existe uma lenda chinesa que conseguiu explicar de uma maneira bonita e muito convincente...Os polegares representam os pais.Os indicadores representam teus irmãos e amigos.O dedo médio representa a ti mesmo.O dedo anelar (quarto dedo) representa o seu cônjuge.O dedo mindinho representa teus filhos.Agora junta tuas mãos palma com palma, depois, une os dedos médios de forma que fiquem apontando a ti mesmo, como na imagem....




Agora tenta separar de forma paralela teus polegares (representam teus pais), você vai notar que eles se separam porque teus pais não estão destinados a viver contigo ate o dia da tua morte, una os dedos novamente. Agora tenta separar igualmente os dedos indicadores (representam teus irmãos e amigos), você vai notar que também se separam porque eles se vão, e tem destinos diferentes como se casar e ter filhos.Tente agora separar da mesma forma os dedos mindinhos (representam teus filhos) estes também se abrem porque teus filhos crescem e quando já não precisam mais de nos, se vão, una os dedos novamente.Finalmente, tente separar teus dedos anelares (o quarto dedo que representa teu cônjuge) e você vai se surpreender ao ver que simplesmente não consegues separa-los. Isso se deve ao fato de que um casal esta destinado a estar unido ate o ultimo dia da sua vida e é por isso que o anel se usa neste dedo. Legal, né?

domingo, 7 de junho de 2009

o que é dificil pra mim

Para Tatá



As vezes eu penso que minha alma é por escrito. Quando tenho que falar, embolam todas as palavras na garganta e tudo o que sai são lágrimas e alguns snifs.

Ai, pra dizer o que eu estou sentindo, só por escrito. Caneta e teclado são a minha voz. E, ainda assim, eu desafino muito.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Felicidade Clandestina

Quem acompanha este blog desde o começo sabe da minha admiração profunda e especial por Clarice Lispector.
Acho que é a maior autora de todos os tempos, com sua sensibilidade e sutileza típicas e, como todas as coisas verdadeiras, fortes. Os textos de Clarice ecoam por muitos dias em minha cabeça, em minha alma, e depois da leitura de seus contos fico ruminando cada palavra...

Calhou de "Felicidade Clandestina", um dos livros mais lindos de Clarice, ser uma das obras indicadas n meu vestibular e foi por esse livro que fomos reapresentadas, já que, depois de "A vida íntima de Laura", eu tinha me tornado um pouco arredia com a escritora que me proporcionou uma das maiores decepções da infância. Para quem não sabe - ou não leu o post - Laura (cuja vida íntima Clarice conta) é uma galinha. E não foi bom ter uma xará galinha aos 7 anos de idade, como vocês podem imaginar.


Clandestinamente, a Felicidade de Clarice entrou em minha vida, imposta pela necessidade de me preparar para as provas, e acabou se tornando um livro de pequenas lições de felicidade cotidiana. Entre tantos outros textos lindos, um me marcou de maneira peculiar: Perdoando Deus.


Não ousaria tentar reproduzir exatamente o que o conto conta, mas é sobre uma moça (como todas nós) andando por Copacabana e que se pega num exercício de ver as coisas, fazendo divagações lindas sobre o amor e Deus e a maravilha da vida, quando, de repente, pisa num rato morto.


O rato quebra a linha de raciocínio, faz o sentimento da narradora dar voltas e chegar a lindas conclusões sobre o amor.


Fato é que, no domingo, eu estava assim, andando por Copacabana com meus pensamento, pensando em como eu estava feliz e realizada, em como meus sonhos estavam todos parecendo se realizar ao mesmo tempo, agora.


Preparei um post lindo e enorme, no domingo a noite, para contar a vocês a maior novidade de toda a minha vida nos últimos tempos. Não é o livro, e começava assim:


"Eu não sei se foi a fitinha, as ondinhas que pulei, as sementes de romã. Não sei se foi a cartomante, a vidente, as cartas enviadas diretamente ao universo ou as orações e promessas tão devotamente feitas a São Judas Tadeu. Eu não sei o que foi. Sei que deu certo e, acreditem vocês ou não, a bonitona encalhada que vos escreve... VAI CASAR".
Eu continuava assim:
"E mais, vai casar dia 9 de julho, deste ano. Assim, de repente, não mais que de repente."

O texto ia por caminhos que eu nem me lembro e, não sei por quais motivos, decidi deixar a postagem para segunda de manhã. Queria que a semana de vocês começasse com essa novidade.

Na segunda bem cedinho, entrei na internet para publicar a postagem e, de repente, não mais que de repente, exatamente com a mesma frase que eu tinha usado para um post super feliz, vocês sabem o que aconteceu. Pisei no rato morto, o que me deixou em silêncio até hoje, medindo se deveria, e como deveria, contar a minha novidade. Porque, subitamente, fiquei com vergonha de ter estado tão feliz.

Alguns ratos em nosso caminho são necessários, para por as coisas em perspectiva e dimensão adequadas. Por mais que eu sonhe em me casar, este sonho não impede a felicidade cotidiana de ter muitas amigas (e amigos) queridos por perto. De ter amor em várias formas: amor de mãe, de pai, de irmã, amor de prima, de sogra...posso até ser encalhada (o que em breve vai mudar) mas isso, de fato, não é o essencial.
O essencial é estar viva, e ser feliz. O resto, todo o resto, incluindo o encalhamento que tanto nos aflige (ratinho que passa por nosso caminho), faz parte da felicidade. Porque toda a felicidade que conhecemos é clandestina. Está escondida nos cantinhos de nossas vidas, procurando frestas e porões de onde possa, eventualmente, escapar. A tristeza não. É titular. A gente acha normal estar triste, cabisbaixo, cansado, estressado, insatisfeito. Estranho é estar feliz, assim, leve, cantando na chuva, assobiando para os passarinhos, dando bom dia a estranhos que passam por nós na calçada.
Minha felicidade estava toda exibida no domingo. Livro, livro, livro, casamento, casamento, casamento, mais ou menos como o moinho, moinho, vaca, vaca, vaca. Deixei que a felicidade costumeiramente clandestina me inundasse, protagonizasse seu show.
Eu estava acreditando que todos os sonhos se tornariam realidade, sem nenhum susto ou atropelo. Estava certa de que, enfim, seria feliz para sempre, ininterruptamente, simples assim.
Mas não.
Serei feliz para sempre, hoje voltei a acreditar, mas não ininterruptamente feliz. Serei feliz para sempre, se tudo der certo, como fui feliz sempre, até hoje. Carregando, desde sempre e para sempre, a felicidade clandestina que, felizmente, mora dentro de mim.
Se o blog continua? Não sei. Acho que sim.
Porque a Bonitona Encalhada, agora felizmente, sou eu, acho que independentemente do meu estado civil. E essa frase de Clarice, como todas as coisas que ela escreve e que ficam incrustadas em meus pensamentos, já ficou sendo minha também.
Para terminar esse post, e pra quem merece muito mais que Laura Henriques, apresento, "Perdoando Deus" de Clarice Lispector:
Eu ia andando pela Avenida Copacabana e olhava distraída edifícios, nesga de mar, pessoas, sem pensar em nada. Ainda não percebera que na verdade não estava distraída, estava era de uma atenção sem esforço, estava sendo uma coisa muito rara: livre. Via tudo, e à toa. Pouco a pouco é que fui percebendo que estava percebendo as coisas.
Minha liberdade então se intensificou um pouco mais, sem deixar de ser liberdade. Tive então um sentimento de que nunca ouvi falar. Por puro carinho, eu me senti a mãe de Deus, que era a Terra, o mundo. Por puro carinho mesmo, sem nenhuma prepotência ou glória, sem o menor senso de superioridade ou igualdade, eu era por carinho a mãe do que existe. Soube também que se tudo isso "fosse mesmo" o que eu sentia - e não possivelmente um equívoco de sentimento - que Deus sem nenhum orgulho e nenhuma pequenez se deixaria acarinhar, e sem nenhum compromisso comigo. Ser-Lhe-ia aceitável a intimidade com que eu fazia carinho. O sentimento era novo para mim, mas muito certo, e não ocorrera antes apenas porque não tinha podido ser. Sei que se ama ao que é Deus. Com amor grave, amor solene, respeito, medo e reverência. Mas nunca tinham me falado de carinho maternal por Ele. E assim como meu carinho por um filho não o reduz, até o alarga, assim ser mãe do mundo era o meu amor apenas livre.
E foi quando quase pisei num enorme rato morto.
Em menos de um segundo estava eu eriçada pelo terror de viver, em menos de um segundo estilhaçava-me toda em pânico, e controlava como podia o meu mais profundo grito. Quase correndo de medo, cega entre as pessoas, terminei no outro quarteirão encostada a um poste, cerrando violentamente os olhos, que não queriam mais ver. Mas a imagem colava-se às pálpebras: um grande rato ruivo, de cauda enorme, com os pés esmagados, e morto, quieto, ruivo. O meu medo desmesurado de ratos. Toda trêmula, consegui continuar a viver. Toda perplexa continuei a andar, com a boca infantilizada pela surpresa. Tentei cortar a conexão entre os dois fatos: o que eu sentira minutos antes e o rato. Mas era inútil. Pelo menos a contigüidade ligava-os. Os dois fatos tinham ilogicamente um nexo. Espantava-me que um rato tivesse sido o meu contraponto.
E a revolta de súbito me tomou: então não podia eu me entregar desprevenida ao amor? De que estava Deus querendo me lembrar? Não sou pessoa que precise ser lembrada de que dentro de tudo há o sangue. Não só não esqueço o sangue de dentro como eu o admiro e o quero, sou demais o sangue para esquecer o sangue, e para mim a palavra espiritual não tem sentido, e nem a palavra terrena tem sentido. Não era preciso ter jogado na minha cara tão nua um rato. Não naquele instante. Bem poderia ter sido levado em conta o pavor que desde pequena me alucina e persegue, os ratos já riram de mim, no passado do mundo os ratos já me devoraram com pressa e raiva.
Então era assim?, eu andando pelo mundo sem pedir nada, sem precisar de nada, amando de puro amor inocente, e Deus a me mostrar o seu rato? A grosseria de Deus me feria e insultava-me. Deus era bruto. Andando com o coração fechado, minha decepção era tão inconsolável como só em criança fui decepcionada.
Continuei andando, procurava esquecer. Mas só me ocorria a vingança. Mas que vingança poderia eu contra um Deus Todo-Poderoso, contra um Deus que até com um rato esmagado poderia me esmagar? Minha vulnerabilidade de criatura só. Na minha vontade de vingança nem ao menos eu podia encará-Lo, pois eu não sabia onde é que Ele mais estava, qual seria a coisa onde Ele mais estava e que eu, olhando com raiva essa coisa, eu O visse? no rato? naquela janela? nas pedras do chão? Em mim é que Ele não estava mais. Em mim é que eu não O via mais. Então a vingança dos fracos me ocorreu: ah, é assim? pois então não guardarei segredo, e vou contar. Sei que é ignóbil ter entrado na intimidade de Alguém, e depois contar os segredos, mas vou contar - não conte, só por carinho não conte, guarde para você mesma as vergonhas Dele - mas vou contar, sim, vou espalhar isso que me aconteceu, dessa vez não vai ficar por isso mesmo, vou contar o que Ele fez, vou estragar a Sua reputação. ... mas quem sabe, foi porque o mundo também é rato, e eu tinha pensado que já estava pronta para o rato também.
Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda.
E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria - e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele. É também porque eu me ofendo à toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa. É porque sou muito possessiva e então me foi perguntado com alguma ironia se eu também queria o rato para mim. É porque só poderei ser mãe das coisas quando puder pegar um rato na mão. Sei que nunca poderei pegar num rato sem morrer de minha pior morte.
Então, pois, que eu use o magnificat que entoa às cegas sobre o que não se sabe nem vê. E que eu use o formalismo que me afasta. Porque o formalismo não tem ferido a minha simplicidade, e sim o meu orgulho, pois é pelo orgulho de ter nascido que me sinto tão íntima do mundo, mas este mundo que eu ainda extraí de mim de um grito mudo. Porque o rato existe tanto quanto eu, e talvez nem eu nem o rato sejamos para ser vistos por nós mesmos, a distância nos iguala. Talvez eu tenha que aceitar antes de mais nada esta minha natureza que quer a morte de um rato.
Talvez eu me ache delicada demais apenas porque não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente. Talvez eu não possa olhar o rato enquanto não olhar sem lividez esta minha alma que é apenas contida. Talvez eu tenha que chamar de "mundo" esse meu modo de ser um pouco de tudo. Como posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho de minha natureza? Enquanto eu imaginar que "Deus" é bom só porque eu sou ruim, não estarei amando a nada: será apenas o meu modo de me acusar. Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário, e ao meu contrário quero chamar de Deus. Eu, que jamais me habituarei a mim, estava querendo que o mundo não me escandalizasse. Porque eu, que de mim só consegui foi me submeter a mim mesma, pois sou tão mais inexorável do que eu, eu estava querendo me compensar de mim mesma com uma terra menos violenta que eu. Porque enquanto eu amar a um Deus só porque não me quero, serei um dado marcado, e o jogo de minha vida maior não se fará.
Enquanto eu inventar Deus, Ele não existe.
in "Felicidade Clandestina" - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998

Bazar bacana - Lavou, tá novo!


Bonitonas,


pra quem é de BH, vai a dica de um evento muito bacana que vai acontecer este sábado!


Música, ofertas, música linda e marcas muito lindas, especialmente a Atalena (http://www.atalena.com.br/) que eu amo de paixão. Recomendo!

Rua Cosmos, 175, Sta Lúcia
Belo Horizonte
R$ 5,00 de entrada
Dia 6 de junho
Das 10 as 20h!




PS: mais tarde tem post bomba!





Bjos





Laura

terça-feira, 2 de junho de 2009

De repente, não mais que de repente

Vinicius de Moraes tem um Soneto de Separação, que é assim:


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.


O soneto foi escrito - imagino eu em minha achologia cotidiana - para os términos de relacionamentos. Contudo, ontem, essa frase do começo e do fim (poema cíclico que se fecha e recomeça), ficou, ciclicamente, começando e recomeçando em minha cabeça: De repente, não mais que de repente. Aplicável a todas as separações...

De repente, não mais que de repente, tantas pessoas embarcaram num vôo que, de repente, não mais que de repente, sumiu. Assim, sem deixar vestígios (por enquanto), sem explicações.

De repente, não mais que de repente, me vem a notícia de que uma amiga estava entre essas 228 pessoas e, de repente, não mais que de repente, tudo me pareceu mais confuso. E mais sem sentido ainda.

Como um tapa na cara, me veio Fernando Pessoa: navegar é preciso, viver não é preciso. Voar também não é preciso.

E nessa minha vida que, como todas as vidas, é imprecisa e insegura, conheci a Júlia.

Fomos colegas desde pequenas, mais conhecidas que amigas, mas ela sempre teve um sorriso sem tamanho e uma alegria contagiante de acreditar que tudo daria certo. Da 5ª a 8ª série, fomos da mesma sala. Algumas de nossas melhores amigas eram as mesmas (Isabel e Bárbara), mas nunca fomos muito próximas. Aliás, tivemos bem nossas desavenças no auge de nossos 11 anos, motivadas pelo fato de "gostarmos do mesmo menino da sala" (nós duas e outras seis ou sete meninas da sala, se é que vocês me entendem...).

Depois do colégio, nas voltas que o mundo dá, reencontrei a Júlia, que já era melhor amiga (dude, como elas reciprocamente se chamam), de uma outra amiga querida demais. E foi ai que redescobri a mulher que ela tinha se tornado, bonitona demais, como um patinho feio que vira cisne, cheia de sonhos, conquistas, projetos. Nessa época, foram intermináveis conversas na varanda de um apartamento, almoço na casa dela, consultórios psicológicos da amigas em busca de respostas para o amor que sonhávamos encontrar. Júlia é a rainha dos programas improváveis, de animar coisas inusitadas. Parque de diversões de shopping terça a tarde? Por que não?

Depois da formatura, a Júlia foi embora pra Alemanha, fazer especialização em direito e encontrar o amor da vida dela. E foi exatamente o que aconteceu.

Feliz, radiante e noiva, ela veio a Belo Horizonte em fevereiro (para o casamento da Isabel, de quem tanto falo), e voltou em maio, para o casamento de outra amiga (bonitona encalhada que se preze é madrinha de muitos casamentos antes do próprio) e para apresentar a família e a todas as amigas o noivo alemão. Depois de quinze dias por aqui, a Júlia marcou um fim de semana no Rio com as amigas mais próximas.

Do fim de semana cheio de alegrias e programas, as amigas a levaram ao aeroporto, para pegar o vôo que iria do Rio a Paris. Ela nem quis dar tchau:

- Ligo pra vocês amanhã - disse e entrou no taxi.
De repente, não mais que de repente, não temos mais notícias.

A esperança é forte, insistente e petulante.

A razão, às vezes, fura a barreira da esperança e nos faz pensar que as chances são remotas.
De repente, não mais que de repente, estamos a espera de um milagre.
É que, num mundo de tantos repentes, quem me garante que o milagre não acontece?

Essa é a Júlia, com o bonitão dela!