O post de hoje começa com uma cena, pra vcs irem ouvindo, enquanto leem, a música que estou ouvindo, enquanto escrevo.
Como não fiz novas amigas na adolescência, mantive as da infância, e como eu já era uma mocinha comprometida - e que não admitia me interessar por ninguém que não fosse o meu grande amor (naquela época ainda) platônico, minha diversão era ir ao clube e passar a tarde no shopping ou na casa de alguma amiga, trancada no quarto, trocando horas de confidências inconfessáveis e secretíssimas e que hoje são absolutamente misteriosas para mim... Haja assunto...
Fato é que o pai da Isabel (como não poderia deixar de ser), comprou um posto de gasolina e junto com o posto, veio uma locadora.
Um belo dia, fui chamada para conhecer o empreendimento e já que a locadora seria transformada numa loja de conveniências, poderíamos levar os filmes que quiséssemos para casa.
Obviamente, nossos olhares curiosos fizeram a festa. Elencamos vários e lá fomos nós, pra casa dela, fazer pipoca e assistir às novidades. No meio dos filmes veio um que, em português, se Chama "Um sonho, dois amores" (o título original, como vim a saber hoje é "Thing called love").
Como duas crianças que éramos, doidas pra entender o que seria esse amor que um dia viria pra gente, assistimos cerca de 897 vezes ao filme...
A história é de uma menina (identificação imediata) que chega a uma cidade para conquistar seu sonho. O sonho dela, no caso, era ser cantora de música country e ela vai direto num bar onde, uma vez por semana, calouros se apresentam. O tal bar é "berço" de talentos e e lá que a mocinha conhece outros jovens (River Phoenix e Dermot Mulroney) e, claro!, fica dividida entre eles... O filme é cheio de músicas lindas, adequadas, tem até uma ótima pra um Mr. Big (que é o River Phoenix, no caso...). Cantávamos, repetíamos frases feitas, ríamos... foi um filme que, percebo hoje, moldou muito meus desejos.
O resto, é resto. Só posso garantir que o filme é lindo e muito, muito emocionante, nutriu meus sonhos e hoje eu entendo porque só eu conhecia o Dermot Mulroney e achava ele lindo antes de "O casamento do meu melhor amigo"...
Eis que ontem, chegando ao trabalho, encontro no meu messenger uma mensagem que havia sido mandada enquanto eu estava offline com um link no youtube. Achei que era vírus, mas ousei e me deparei com a cena que abre esse post. É a cena final do filme quando, finalmente, a protagonista consegue compor a música que a fará ser aceita na noite de calouros...
Preciso contar que morri de chorar no trabalho?
A letra fala de um sonho, grande e forte, que ela tem desde pequena e que agora estava se realizando. Um sonho dela, mas suficiente para ser repartido com as outras pessoas, um sonho que, ao ser realizado, com tanto amor e felicidade, fazia ela pensar que talvez Deus fosse mulher...
O verso, em inglês, é "makes me think maybe, God is a woman too" (me fazer pensar que, talvez, Deus seja uma mulher também)...
Acredito firmemente que Deus existe e se manifesta assim, nesses detalhes. Talvez essa sensibilidade, muito atrelada ao feminino, deixe entrever que Deus entende as mulheres...e talvez, seja mulher também...
Acredito que, se prestamos atenção aos sinais, o que é verdade, o que é pra ser, se mostra. Acontece, simples assim.
Acho que é por isso que a gente tem que abrir as portas do coração. Acredito que Deus, seja homem ou mulher, põe anjos no nosso caminho, e que temos a capacidade de ser anjos nos caminhos dos outros também... e que as coisas acontecem, basta acreditar e olhar com olhos de quem quer ver...
Agora, vocês vejam, e me deem ou não razão, eu estou aqui, às vésperas de realizar um sonho - meu nome na capa de um livro- que me acompanha desde a infância (since I was just a girl), um sonho que é compartilhado com todas vocês (big enough to share) e recebo esta música pelo youtube. Um anjo pra me mandar essa música por msn e me fazer lembrar do que eu sonhava há tantos anos...
Makes me think maybe God is a woman too, makes me think maybe God is a woman too...