terça-feira, 30 de novembro de 2010

Eu, por Clarice Lispector

"Acho que vou ter que contar uma verdade. A verdade é que Laura tem o pescoço mais feio que já vi no mundo. Mas você não se importa, não é? Porque o que vale mesmo é ser bonito por dentro. (...) Outra verdade: Laura é bastante burra. Tem gente que acha ela burríssima, mas isto também é exagero: quem conhece bem Laura é que sabe que Laura tem seus pensamentozinhos e sentimentozinhos. Não muitos, mas que tem, tem só porque sabe que não é completamente burra ela fica toda prosa e boba. Ela pensa que pensa. Mas em geral não pensa coisíssima alguma."


(Clarice Lispector, em A Vida Íntima de Laura)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Nota Mental 4

Amar se aprende amando. Sem omitir o real cotidiano - também matéria de poesia. (CDA)

Só pra reforçar.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Pedido de perdão

No começo do ano, assisti na TV daqui (acho que na BBC, mas não tenho certeza absoluta), um documentário sobre a vida do Elvis Presley. Não sei se é só comigo que isso acontece, mas quando eu conheço a história da pessoa, tenho a tendência de gostar mais da obra. E, por isso, gostei muito do documentário, que ia mostrando o que estava acontecendo na vida dele, quando as músicas mais famosas foram compostas.

De todas, uma me chamou mais a atenção: You were always on my mind (você sempre esteve nos meus pensamentos - tradução minha, rsrsrsrs)... 

Fiquei pensando que ele tinha pisado demais na bola com a Priscila (esposa dele), e que ela tinha todos os motivos do mundo pra ter saído do casamento (e saiu). Sei que ele era um mulherengo, desnaturado, safado, cachorro, sem vergonha...

Mas, olha, se Elvis-o-homem-mais-sedutor-do-mundo-e-mito fosse meu ex marido e parasse na minha porta, pedindo perdão e cantando isso pra mim...hum, não sei se eu me segurava não.





Ah, a letra - com a tradução - está aqui.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Nota mental 3

Gostar mais de menos pessoas.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Lavando a roupa suja - parte 3

Bem, depois de resolvido meu problema no Brasil, eu poderia imaginar que, na Escócia, a coisa toda seria bem mais simples. Mais uma vez, eu não poderia estar mais enganada. Porque, bonitonas, se tem uma coisa que é verdade nesse mundo é que tudo sempre pode piorar.

Sim, eu estava mais escolada quando cheguei por essas bandas. Se alguém viesse me oferecer apartamento com tanquinho pra alugar, ia se ver comigo.  Já tinha até preparado uma listinha de impropérios - com sotaque escocês - pra esculhambar o audaz. 

Felizmente, todos os flats visitados tinham máquina. Alívio - bastante breve, já que, depois de uma semana morando no hotel, o que não me faltavam eram roupas pra lavar. 

No flat que alugamos, a máquina ficava na cozinha, debaixo da bancada da pia. Era uma máquina básica, me explicou a locadora, e tinha aquele lugar de por a roupa pelo meio (sabe? aquela bolota central?).

Separei as roupas brancas das coloridas (olhem só como eu evolui!), coloquei o amaciante no compartimento de amaciante, o sabão em pó no compartimento do sabão em pó (olhem, olhem todas! evolução mode on) e, tcharam, apertei "ON".

Nada aconteceu. Então, me ajoelhei, literalmente, como se pedisse aos céus que me ajudassem. Encarei o visor de frente, que é assim que a gente tem que encarar as coisas que nos desafiam nessa vida e vi, que tinha uma bolotinha a ser rodada, escolhendo uma entre DOZE opções de programas. Detalhe: cada programa era um número, sem grandes descrições do que cada número cabalístico pudesse significar.

Lá fui eu pra internet, essa querida amiga de toda dona de casa moderna, procurar o manual da máquina. 

Horas depois, e digo HORAS, porque foram HORAS mesmo, escolhi um dos programas, ajustei a temperatura da máquina (sim, porque não bastasse escolher o raio do programa, ainda tem que ver qual temperatura combina com ele) e, novamente, apertei a tecla "ON". 

Pelo visto, escolhi o programa mais longo do cardápio (porque pensei que eu queria sim minhas roupas bem limpinhas), e duas horas e muitos barulhos exóticos depois (o da centrifugação em especial era música pros meus ouvidos), silêncio, que indicava que as roupas poderiam ser retiradas.

Pendurei as roupas no nosso pequeno e discreto varal portátil e dobrável, que foi devidamente armado ao lado do aquecedor da sala de estar/jantar/tv e escritório, ou seja, na nossa única sala e fui dormir o sono dos justos.

Acordei na manhã seguinte e parecia, para minha completa decepção, que as roupas tinham acabado de sair da máquina, tão molhadas estavam. Mesmo ligando o aquecedor de quando em vez, o processo de secagem demorou 3 (três) dias e meio. Colocar as roupas no varal externo simplesmente não era uma possibilidade, já que nevava um bocado e, quando não estava nevando, estava chovendo granizo.  

Para quem está habituada a um país tropical, 3 dias pra secar 1 (uma) batida de roupas, quando um cesto lotado de mais roupas espera sua chance no varal é bastante irritante. Meu minúsculo e insuficiente varal era praticamente uma fila do SUS para as outras roupas que eu não podia lavar já que elas tinham que ficar a espera de uma "vaga" para secar. Sem contar que, com tanto tempo na "secagem" as roupas perdem o cheirinho de limpo (e pegam o cheirinho de comida, já que o aquecedor é do lado da cozinha). Um horror.

Resultado: ligar o aquecedor sem dó e tentar fazer a roupa secar na marra, ou, melhor, no gás. 

Resultado indireto: conta de gás que não nos permite usar o gás até o ano que vem. Aliás, permite, mas teremos que vender todas as nossas roupas.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Londres

Londres é uma surpresa boa.










No dizer de Clarice Lispector, "Não é como Paris, que é imediatamente e claramente Paris. É preciso ir pouco a pouco entendendo, pouco a pouco reconhecendo."


Eu não sabia muito o bem o que esperar de Londres e, talvez por isso, tenha gostado tanto. Desde a primeira vez que fui (já são três esse ano, porque, afinal, não é assim tão longe - 10h de ônibus). Cada visita é completamente diferente da anterior e eu não me canso. Paris - calma, calma, irei falar de Paris - tem essa grandiosidade que se impõe e pra onde quer que a gente olhe a gente se lembra: estou em Paris. É torre Eiffel, é Arco do Triunfo, é a Champs Elysees... Londres não. Para Londres a gente olha e se surpreende, meio assim: gente! isso também é Londres? Isso também cabe em Londres? E cabe.

E por caber tanta coisa em Londres, a sensação é que lá a gente não é visita. A gente cabe, a gente meio que se sente parte, o que, pelo menos pra mim, não acontece em Paris. Paris é a celebridade inatingível. Londres é o que você quiser que seja.

Então, eu quis que fosse muitas coisas, e me diverti muito com cada uma das coisas que conheci. Desde a troca da guarda da rainha, até a feirinha de Notting Hill (mini-decepção porque não tocou "Sheeeee" na estação de metro, rsrsrsrs), desde a London Eye até o Mercado de Candem Town, desde o Tate Modern até o Museu do Sherlock Holmes, desde a Harrods até a patinação no gelo na pista do Museu de História Natural... Tudo é muito legal em Londres. Além disso, tem teatros/musicais, como meus já amados Fantasma da Ópera e Love Never Dies.

Dei muita sorte com o clima, peguei pouquíssima chuva.



Eu sei que Ernest Hemingway escreveu "Paris é uma festa".  Mas assim, Paris deve ser um casamento muito chique. Londres também é uma festa, pra dançar a noite inteira como se ninguém estivesse olhando (porque, realmente, eles não estão) e, quando o sol raiar, seguir dançando.



  

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Um muito de Clarice

"Ela pensava que a pessoa é obrigada a ser feliz. Então era."

(Clarice Lispector, em A Hora da Estrela)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Edimburgo






Edimburgo é a cidade dos sonhos. Dos meus sonhos pelo menos.

Foi a primeira capital europeia que conheci, obviamente por ser a capital da Escócia e a mais perto de Aberdeen também. 

Não poderia ter feito escolha melhor. Edimburgo tem a medida certa da novidade: charme desmedido, cara de cenário de filme de época, e o som das gaitas de foles, sempre ao fundo. 

Quem quiser conhecer Edimburgo tem que começar antes de ir, assistindo o filme "Coração Valente", com o Mel Gibson. O filme conta uma parte das guerras pela independência da Escócia e deixa a gente no clima certo pra chegar na cidade. 

O ponto mais famoso de Edimburgo é o Castelo de Edimburgo, que foi onde eu descobri que um Castelo é uma fortaleza medieval,  e um Palácio é uma casa de princesa dos contos de fadas.

Entre o Castelo e o Palácio de Holyrood, que é a residência oficial da família real britânica na Escócia, fica uma rua, chamada Royal Mile, porque mede uma milha e porque liga os dois pontos. 

O Castelo é bem legal, mas eu, depois já ter ido umas 5 vezes em cada um, prefiro o Palácio, e os jardins do Palácio. Gosto bem de saber que a família real USA de verdade aquele lugar, e adoro a sala de jantar, com a mesa posta, e, mais que tudo, ADORO a história do amante da rainha Mary, Queen of Scots, que foi assassinado no quarto dela.

Além dos seus extremos, a Royal Mile é famosa por ser a rua mais turística da cidade, com seus pubs, cafés e inúmeras lojinhas de tudo quanto há. Cashmere, xadrez, xadrez, xadrez, canecas, moletons, souvenirs de todos os tipos preços e modelos, tudo está aqui. E é sempre uma delícia observar as pessoas, de todas as partes do mundo, passeando...

A principal avenida de Edimburgo é a Princess Street, cheia das lojas que a gente ama: Zara, Topshop, H&M e outras, muitas outras, inclusive uma loja de departamentos bem grande aqui no Reino Unido, que chama House of Fraser, cheia de marcas boas e com preço sensacional (comparando com os preços do Brasil, principalmente).

De um lado da Princess Street fica o Princess Gardens, que é um jardim enorme, um semi-parque na minha opinião e lindo, lindo, lindo, principalmente nos dias de tempo bom.

Bem, se tiverem dúvidas, mandem-nas. Por enquanto, as fotos!











quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Lavando a roupa suja - parte 2

Continuando...

Antes de mais nada, leiam a parte 1.

Então, continuemos...

Na verdade, o que aconteceu foi o seguinte: eu tinha uma diarista que ia uma vez por semana. Então, na minha lógica era assim: eu lavava as roupas na véspera, ela passava no dia da faxina... No momento em que as roupas ainda estava chovendo sobre mim, eu já pensei que aquilo tinha sido um erro e que, na semana seguinte, eu iria pedir que ela lavasse, pra que eu pudesse passar (o que, novamente, se provou ser de uma burrice sem precedentes, que será devidamente explicada num capítulo próprio)...

Depois que as roupas secaram, elas estavam duras. A calça jeans podia ficar em pé do meu lado, como se fosse metade de um espantalho... e é claro que a gênia da lavanderia que vos escreve não tinha pensado que precisava de amaciante pras roupas!

Tudo duro, duro, duro e eu pensando que aquilo não era normal, mas, de qualquer forma, nutrindo esperanças de que na hora de passar as roupas amaciassem, naturalmente. 

Desesperada, sai pela noite já escuro (sério, devia ser umas 9 da noite já) a procura de um amaciante pra chamar de meu. Descobri, encantada um produto chamado "Comfort Tanquinho" (atenção, este post não é patrocinado, mas se o povo da Comfort animar, tamos ai pra isso, porque o produto é bom mesmo, rsrsrsrsrsrsrs)...

É assim: depois de salvar as roupas das profundezas do tanquinho (ah, da segunda vez que fui lavar, constatei que era mais inteligente  prático, esvaziar o tanquinho e DEPOIS tirar as roupas lá de dentro, em vez de praticamente mergulhar no sabão e na água pra tentar, às cegas, achar suas peças perdidas...) Mas, voltando de novo (gente, hoje estou cheia de digressões), você passa as roupas numa solução de água + comfort tanquinho, torce (delicadamente) e põe pra secar. O sensacional da história é que o produto amacia E retira o excesso do sabão (já que, repetindo, o tanquinho não enxagua) então é um avanço enorme pra quem está aprendendo tudo! Pula uma etapa! Yay! Comemorei demais, né?

Então, depois de lavar roupas umas três semanas consecutivas, comecei a desconfiar que a faxineira estava ficando com a parte fácil (porque, na minha inocência, eu acreditava que tinha uma parte fácil e uma parte difícil nessa história, porque não podia ser tudo difícil. Mas é: tudo difícil.) E mudei os papéis.

O dia da faxina era sexta. Então, ela chegou lá em casa e eu disse: Olha, hoje você vai lavar as roupas e, amanhã, eu passo. Você sabe usar o tanquinho? 

(olhar de desprezo da moça: claro!)

Então, lá fui eu, feliz e saltitante, trabalhar.

Saimos na sexta e, no sábado, cedo, por volta de 8 da manhã, acordei, liguei a TV, abri a tábua de passar na sala, em frente à TV, descobri como ajustava a altura da tábua de passar, peguei todas as roupas do varal, conferi se estavam secas, empilhei na mesa de jantar e liguei o ferro.

Ai, a segunda parte do drama começou: qual a temperatura ideal? Qual é o tipo de tecido? O que significam os símbolos misteriosos das etiquetas das roupas?

Decidi começar pelo mais fácil: uma cueca. Bem, na verdade, fiz uma triagem e decidi que algumas roupas nem precisavam ser passadas. Meias e regatas caneladas de malha foram diretamente pra gaveta. Cuecas eu também achava que não precisavam ser passadas, mas para serem queimadas, eventualmente, melhor queimar cuecas. Pra mim, esse negócio de queimar sutiã só é legal no movimento feminista. Meus sutiãs nananinanão.

Então, comecei pelo começo, e, passada a primeira cueca, decidi que não passaria mais nenhuma. Tava bom de treino. Passei para as calças jeans. Grau de dificuldade médio. Calças sociais: tranquilo. Quer dizer, o ferro já estava ligado a duas horas, mas eu estava confiante.

Até olhar pra primeira camisa social. A primeira de 8, porque eu e o marido usamos pra trabalhar. 

Gente, que desânimo na alma. Eu não sei quem inventou esse hábito de usar camisa social, mas, COM CERTEZA,  foi alguém que nunca teve que PASSAR uma camisa social. 

Você passa um lado, o outro amarrota. Passa uma manga, a outra arrasta no chão e... amarrota. Você tenta passar o punho, tudo amarrota. Um desespero. Ai, você liga pra sua mãe e ela fala: passa do lado avesso, e você tenta, mas é um desastre.

Lá pelas tantas, você começa a se dar conta de como é barato o dia da diarista. Aliás, do quanto é ultrajante o que a diarista cobra por um trabalho tão exigente, tão requintado e tão intelectualmente desafiador. E ai, você pensa. É preciso de mais um dia de diarista. Que foi o que eu fiz, pelo bem do meu casamento.



Ai você decide: vou economizar na comida, mas a diarista precisa

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Love never dies

Estive em Londres há uns dias e assisti à continuação do Fantasma da Ópera. Engraçado, porque eu nunca assisti a 1a parte (só no filme) e, pra ser bem sincera, este foi o primeiro musical que eu assisti. Pra quem gosta, um prato cheio. Eu, que amo...bem, amei. Principalmente a música tema, com uma letra linda, muito emocionante e que fala, de um jeito muito lindo, que o amor não morre nunca...

Comprei o cd, e fico ouvindo, ouvindo, ouvindo...essas músicas que não saem da cabeça nunca, sabem como? 

E como eu tenho a teoria de que a gente só consegue tirar uma música da cabeça se conseguir passar pra cabeça de outra pessoa.... Um clássico pra esgoelaaaaaaaar no chuveiro!
Com vocês...



segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Nota mental 2

O mais importante num casamento, hoje eu acho, não é o amor. O mais importante é o respeito. Respeito recíproco. Sem ele, o amor simplesmente não é possível. 

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Nota mental

Para lembrar: o para sempre é feito de todos os dias.

Logo, ser feliz para sempre começa com a tentativa de ser feliz a cada dia.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Por que eu amo Carlos Drummond Andrade?


"O amor que move o sol,
Como as estrelas.”
O verso de Dante
É uma verdade resplandecente,
E curvo-me ante a sua magnitude,
Ouso insinuar,
Sem pretensão a contribuir
Para que se desvende o mistério amoroso:
Amar se aprende amando.
Sem omitir o real cotidiano,
Também matéria de poesia
(Carlos Drummond de Andrade)




Simples assim, bonitonas. AMAR SE APRENDE AMANDO, sem omitir o real cotidiano, o dia-a-dia, porque nele, também, se encontra o amor. E a poesia.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Ei, ei, vocês se lembram da minha voz? Continua a mesma...

...mas os meus cabelos, quanta diferença!

ANTES:




DEPOIS:


É, bonitonas, eu também prefiro o antes. Mas meu cabelo, coitado, tava tãaaao sofrido (apesar de bastante fotogênico, rsrsrsrsrs)... Sempre ouvi dizer que luzes e sol acabam com o cabelo, né? Mentira pura. O que o frio e a umidade constante fazem com o cabelo é bem pior. No fim das contas, meu cabelo estava muito ensebado, e com uma raiz super difícil, porque, como estava muito loiro, mesmo quando fazia luzes, eu já saia do salão com raiz!

Ai, decidi igualar tudo (diz a moça do salão que minha cor natural é essa, mas, como tem anos que eu não deixo meu cabelo natural, não tenho como saber, achei meio escuro demais) e depois decidir o que faço... A melhor parte é que cabelo mais escuro não briga com maquiagem, nem com os acessórios, a gente pode ousar mais. A pior parte é que dá uma apagada, mesmo. 

Estou acostumando, mas, se não rolar mesmo, fico loira de novo. E haja hidratação!

Aberdeen


Oláaaaaaa, Bonitonas!

Então, o primeiro "post turístico" do nosso blog é sobre um destino muito exótico e desconhecido...Aberdeen, na Escócia, também conhecida como "cidade onde eu moro atualmente". rsrsrsrsrs

Olha, depois desses 11 meses aqui (o tempo passa, o tempo voa...), eu já me sinto assim, 30% escocesa. Adoooooro a Escócia, como um todo, e vou falar mais dela pra vocês, mas Aberdeen é a minha cidade, então, é meu ponto de partida pra todos os meus passeios pelas redondezas. Pra quem tiver interesse de ver como é longe: entra ai no google maps!

Aberdeen é a terceira cidade da Escócia (vem depois de Glasgow e Edimburgo) e é bem próspera porque é onde estão instaladas todas as companhias de petróleo, responsáveis pela exploração de óleo e gás natural no Mar do Norte. Pra vocês terem uma idéia: é em Aberdeen que fica o heliporto mais movimentado do mundo, com 32.000 pousos e decolagens por ano (pra levar o povo que trabalha nas plataformas)!

Então, Aberdeen é uma cidade paradoxal: ao mesmo tempo que é relativamente pequena, tem tuuuuuudo que uma cidade grande precisa. Vários cinemas (vários mesmo!), academias de ginástica super modernas, lojas grandes (Zara, Topshop, H&M, Applestore, Primark, Debenhams, Jonh Lewis, Boots - que é uma rede de farmácias com todas as marcas bacanas de maquiagem)... E quando eu falo TODAS, são quase todas. Tem Dior, Chanel, Lancome, Benefit, Loreal, Rimmel, Clinique, Urban Decay, Bobby Brown, tudo com preços bem mais camaradas que no Brasil. Mas não, não tem MAC. Quer dizer, tem a MAC online, que entrega aqui em casa com o mesmo preço, mas nunca comprei nada lá...

Aberdeen tem uma universidade bem bacana (que é onde o marido faz o mestrado dele, obviamente na área de petróleo e gás) e linda! Linda, linda, linda. A universidade funciona onde a cidade começou, então os prédios são bem medievais, tem até uma catedral do século 12!

Na primavera, a cidade se enche de flores, é muito lindo e, no verão, o sol praticamente não se põe (fica de dia até 11 da noite, e as 3 da manhã já está amanhecendo). Em compensação, no inverno, o dia só amanhece as nove da manhã, e as 4 da tarde já está de noite (o que me deixa meio triste, é verdade!). Agora, já estou adaptada com o frio, mas as temperaturas variam entre -13 e 3 graus (no inverno) e entre 10 e 18 graus (no auge do verão).

Os escoceses são muito simpáticos e, da minha cidade, tudo está perto: a região das destilarias (1h de viagem), Edimburgo (3h), Glasgow (3h), Inverness (2h e meia). Invernesse é legal, por causa do lago Ness, mas fica sempre aquela decepçãozinha por causa do monstro (que não aparece!), rsrsrsrsrs...

Aberdeen está entre dois rios: o Rio Dee e o Rio Don (juro! Acho muito engraçado!) Cada rio fica perto de um parque e eu amoooo os parques. Tem mar (óbvio, né?), mas é inadável, pelo menos pra mim. 

Bem, vou postar algumas fotos, mas a dica é essa: se vcs vierem pra Escócia, Aberdeen é uma boa cidade "base", pra você ficar hospedada e fazer passeios mil pelas redondezas.

















segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Lavando a roupa suja - parte 1

Hoje começa uma nova sessão aqui no blog. Atendendo a pedidos, vou começar a contar pra vocês minhas aventuras e desventuras como dona de casa. Espero que gostem!

Casar traz a tona uma série de novos desafios. Como diria nosso presidente, "nunca antes na história dessa bonitona", eu havia sequer imaginado as coisas pelas quais estava prestes a passar...

Eu sempre pensei que ser dona de casa não podia ser uma coisa tão difícil assim. Afinal, as mulheres têm sido donas de casa desde sempre, e eu acabei acreditando que, no processo evolutivo da espécie, deveriam ter sido desenvolvidos uns genes donos-de-casa que, por conseguinte, estariam embutidos em mim (em estado de hibernação), e que seriam automaticamente despertados no dia em que eu me casasse.

Tolinha.

Ser dona de casa é uma arte. Ou um aprendizado obtido a duras penas e, creio eu, longuíssimos anos de sofrimento. Por isso, hoje, quase um ano e meio depois do início dessa nova jornada em minha vida, venho a público desabafar: ó céus, ó vida, ó azar. Venho contar pra vocês, bonitonas, que acompanharam tudo, desde o começo, o que acontece quando a gente casa e, principalmente, quando a gente não tem empregada, faxineira e/ou diarista pra ajudar.

Quando casei, o plano era mudar em 1 mês (pra Escócia, onde resido hoje). Então, a gente não tinha casa própria e ficamos morando, de favor, na casa dos meus sogros, e depois na dos meus pais. Aquela maravilha, né? Tudo já em funcionamento. Só que a mudança de país acabou sendo adiada e, como quem casa quer casa, decidimos alugar um apê pra chamar de nosso. Considerando que a mudança estava atrasada e não descartada, o apartamento era mobiliado, todo prontinho, e o contrato de aluguel valeria por 3 meses. 

Eu estava nas nuvens. Tinha TV, tinha cama, tinha até uma pequena bicicleta ergométrica. Dois quartos: um era o nosso, o outro era closet, academia, escritório e quarto de visitas (o nome mudava dependendo da função exercida no momento).  Tinha também um pequeno cheirinho de gás, que era problema no encanamento, mas, até isso eu superei com alegria e empolgação. Até o dia de lavar roupa. 

Olha, quando aluguei o apartamento, a proprietária me avisou que não tinha máquina de lavar, mas tinha tanquinho. Pensei: dá na mesma, né?

Um minuto pra você parar de rir e continuar lendo.

Prossigamos. Cheguei em casa, de roupa social, diretamente do trabalho e pensei: vou colocar a roupa pra bater, depois lancho, vejo novela, tomo banho e penduro as roupas. Decidida e repetindo os gestos da minha mãe, comecei a colocar as roupas no tanquinho (ainda achando que tanquinho era máquina). Depois de colocar as roupas. Olho pra ele e penso: e agora, josé?

Constatei que eu não possuía sequer a mais vaga noção do que fazer com aquilo. Não sabia onde ligava, não imaginava por onde a água entrava, não concebia quanto de sabão deveria por lá dentro e nem em que momento do processo isso devia ser feito.

Respirei fundo e pensei: Laura, não é possível que uma moça com duas graduações não consiga lavar a roupa suja, ainda mais tendo um tanquinho. Pensei errado.

Primeiramente, esclareço que o tanquinho não tem uma entrada de água. Ele depende da água da torneira do tanque, e deve ser conectado a ela por uma mangueirinha. Como eu não vi a tal mangueira para ligar no tanque, comecei a encher o dito cujo com um balde, maaaaaaaaas, obviamente, como a mangueira (por onde a água devia entrar) estava escondida atrás do tanquinho e voltada para baixo, em poucos minutos minha área de serviço (e meus pés e minha calça social) estava encharcada. E eu ali, intrigada, pensando: de onde está vindo esse tsunami???

Descoberta a origem do vazamento, conclui que a mangueira era pra água entrar E sair, quando a lavagem estivesse pronta. Encho o infeliz e - próximo passo - vou pegar o sabão em pó. Olho para a caixa - enorme - que me desafia: quanto sabão é necessário? Com quantos copos de sabão em pó se lava a roupa? 

Decidi seguir à risca as instruções da caixa. Um copo cheio (do tamanho de um copo de requeijão). Fui ligar a coisa e: tcharam! Ainda tinha que escolher o programa!!! Exausta de tanto pensar, optei pelo caminho do meio, escolhi a opção média intensidade, liguei e sai, para, finalmente, colocar uma roupa que me permitisse acompanhar o resto do processo.

Bonitonas, eu garanto que não fiquei nem 5 minutos distante do equipamento, mas o tal tanquinho demanda olho vivo. Quando voltei, o dito cujo se arrastava pela área, soltando guinchos e flocos de sabão. Nuvens de sabão, para ser mais precisa, como aquelas que, na minha adolescência, foram moda por um tempo nas boates de verão. Um horror.  

Em estado de choque, assisti àquilo por aproximadamente 20 minutos quando, enfim, tudo ficou em silêncio. O tanquinho estava há cerca de um metro do ponto de partida, por assim dizer. Ainda amedrontada, fui andando a passos comedidos rumo ao desconhecido.

Debrucei-me sobre ele e, completamente comecei a tentar resgatar minhas roupas ali perdidas. 

Quem me conhece sabe que não sou alta. Tenho 1,58m bem medidos, quando estou com a postura de bailarina. Então, achar as roupas com aquele tanto de sabão, foi uma missão heróica. Praticamente dependurada no tanquinho, tirei todas as peças que consegui localizar. E, naquele momento, um estalo me veio, claro como um raio, cortante como uma lâmina: o tanquinho só bate a roupa! Ele não enxagua. Ele não centrífuga. Ele não seca. Tão principiante, sequer constatei que ele também não amacia... mas ainda vou abordar essa etapa.

Enxaguei peça por peça. Exausta. Vencida. Mais de duas horas já haviam se passado e eu não tinha feito nada do que planejara. Bem, talvez, pelo menos o banho eu poderia considerar tomado. 

Penduradas as roupas, começou a chover na minha cabeça. Sim, porque sem centrifugar, as roupas pingam, a menos que você faça uma ginástica para ter bíceps de Feiticeira torcendo-as e eu, naquele momento, não tinha forças pra mais nada. Já estava encharcada mesmo, uma chuva na cabeça não vai ser tão grave assim...

Com o resto de dignidade que eu guardei num cantinho, esvaziei o tanquinho, com a mangueirinha e o balde. E fui rever os meus conceitos sobre afazeres domésticos.

Continua...na semana que vem!





sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Sorteio - Workshop!!!


Bonitonas!

A Revista Casamento Inesquecível está organizando, nos dias 27 e 28 deste mês, em São Paulo, um workshop que parece super bacana! Eu, infelizmente, por fatores geográficos (já que estou na Escócia!), não poderei comparecer, MAAAAS, o pessoal da editora está disponibilizando 5 (cinco) pares de convites para serem sorteados entre as bonitonas do blog!

O evento será no Hotel Sofitel Ibirapuera, das 15 as 22 horas, com palestras super bacanas, desfiles, sorteios...enfim, muitas coisas legais. 

As bonitonas interessadas devem me mandar email (bonitonaencalhada@hotmail.com) até o dia 20.11 para concorrerem ao sorteio desses ingressos! As sortudas serão divulgadas aqui, no dia 22.11.

Entrem no site www.revistacasamento.com.br para saberem mais!

Beijos!

Vários jeitos de dizer a mesma coisa

O Fernando Pessoa já dizia...
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive
Ricardo Reis
E outras pessoas acham outros jeitos - muito lindos também - de continuar dizendo:
 

A ilustração é de um blog que eu amo. Passem  pra conhecer!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Conselhos de um mago - ou não!

Olha só, outro dia, entrei no blog do Paulo Coelho (critique-me quem quiser, entrei, gostei e vou indicar!), e li um texto que fez muito sentido pra mim. 

O engraçado é que o texto não é do Paulo Coelho. Segundo ele, é um dos textos que circulam pela internet como se fossem de sua autoria. Neste caso específicico, ele não conseguiu descobrir o verdadeiro autor, mas gostou tanto do teor que fez algumas adaptações e decidiu publicar. 

Também gostei, mas preferi deixar como estava. Pra quem gosta do Paulo Coelho, é só ler. Pra quem não gosta, (é só não ler, brincadeira!) o texto - originalmente - não é dele, então, deem uma chance. Vocês podem se surpreender.

Eu, pessoalmente, encarei como uma reflexão sobre "encalhamentos em geral" e decidi dividir com vocês. Espero que gostem!

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final…
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos.
Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu….
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.
Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor a fazer é deixar que elas realmente possam ir embora…
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração… e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor.
Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”.
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa – nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.
Esqueça quem você era, e passe a ser quem é.


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Bonitona da Semana - Cat Trindade


Do outro lado do mundo, literalmente, é nossa entrevistada dessa semana. A Catarina Trindade, Catiluva para os íntimos, foi a primeira seguidora aqui do blog, e a primeira amiga que fiz no mundo virtual. Através dos casos dela, conheci Moçambique (que é o país da Cat), e descobri que temos muito, mas muito em comum mesmo com as bonitonas moçambicanas.

A Cat é uma flor de pessoa: pra cima, alegre, dedicada e sonhadora. Junto com sua irmã, Joana, ela é responsável pelo blog www.catla-juca.blogspot.com. Mas nem só de amenidades se faz uma bonitona: ela tem um trabalho super importante (que vai explicar pessoalmente) e é uma pessoa que faz a diferença! Com vocês.... Cat Trindade.

Ah! Mantive a grafia da Cat para as respostas, pra ficar mais com o tempero dela!

Espero que gostem!
 
1) Como é ser uma bonitona moçambicana? 

Eu acho que ser uma bonitona moçambicana não é diferente de ser uma
bonitona em qualquer outra parte do mundo. Temos os mesmos medos, os
mesmos sonhos, as mesmas frustrações, os mesmos anseios...talvez a
diferença é que a bonitona moçambicana passa muito calor, hehehe!
Moçambique é muito quente!! 

2) O que você faz? O que é exatamente a "questão dos gêneros"? Qual o papel
das formações? 

Eu estudei Sociologia em Coimbra, mas ainda não me acho uma socióloga.
Sou uma licenciada em sociologia. Trabalho numa rede de escolas e
centros profissionais como técnica de género. O que é uma técnica de
género? Essa é uma pergunta dificílima de responder, mas vamos lá: eu
trabalho directamente nas escolas, fazendo o acompanhamento das
alunas, assim como dando palestras, mostrando filmes, fazendo debates,
etc, sobre temas como a violência doméstica, saúde sexual e
reprodutiva, hiv/sida, assédio sexual nas escolas, entre outros. O
importante é evitar que as meninas, que são muito poucas em relação
aos meninos neste tipo de formação, abandonem os cursos, como acontece
frequentemente por causa de gravidezes, casamentos precoces, mau
aproveitamento, etc. A "questão do género" em Moçambique é bem
complexa. Somos um país ainda extremamente machista, em que o papel da
mulher é o de boa mãe, esposa e dona de casa. E isso está muito
enraizado na nossa cultura, o que dificulta a aceitação dos novos
papéis que as mulheres vêem assumindo actualmente. As formações de
género que eu dou, dirigidas maioritariamente para professores do
ensino profissional, têem como objectivo mostrar aquele que foi e
continua a ser o percurso do movimento feminista e também fazer ver
que as diferenças que existem entre homens e mulheres não podem ser
usadas para relegá-las para segundo plano. Felizmente existem já
diversas organizações de mulheres a trabalhar no país e um dos últimos
avanços foi a aprovação da lei contra a violência doméstica, outra
questão muito forte por aqui. 

3) E os casamentos em Moçambique, como são? (a cerimonia mesmo: de dia, de
noite, católicas???) 

Aqui há casamentos para todos os gostos. Há casamentos católicos,
muçulmanos, hindus, no civil, etc, etc...mas a maior parte, penso eu,
são católicos. Não te sei dizer ao certo como são, porque até hoje fui
a pouquíssimos casamentos, mas não são muito diferentes dos outros
casamentos. Normalmente casa-se de dia na Igreja e no civil. No civil
pode ser no Palácio dos Casamentos ou no próprio local onde será o
copo d'água. Uma coisa engraçada (e MUITO brega) é que aqui está na
moda escrever o nome dos noivos na matrícula do carro, que vai
bastante decorado (outra coisa bem brega, me desculpem). Depois já há
uma espécie de tradição em tirar fotos na praia, isso não pode faltar.
As noivas adoram um vestido bem tchan, cheio de folhos e rendas (isso
pelo que eu pude constatar de ver várias vezes o carro deles a passar
na rua ou eles a tirarem fotos à porta do Palácio dos Casamentos). Há
sempre uma grande comitiva que acompanha o carro dos noivos e nunca
pode faltar uma carrinha ou camião de caixa aberta carregado de gente
a cantar (principalmente as mulheres). A cerimónia aqui é levada a
sério, as pessoas são capazes de se endividar a sério só para terem um
casamento digno. Como costumamos dizer aqui, em casa podem não ter
cadeiras para sentar, mas a cerimónia tem que ter tudo! É também uma
maneira de se mostrar o que tem, uma espécie de status. Quanto maior o
casamento (e mais brega, no meu parecer) melhor! Também é comum a
noiva ter as suas damas, todas vestidas da mesma cor e modelo de
vestido. 

4) Quais os seus sonhos? 

Ih Laura, são tantos! O mais urgente é conhecer o Brasil, hahaha! Eu
sou muito simples, não desejo coisas impossíveis. Quero continuar a
progredir na minha carreira, ser reconhecida pelo meu trabalho, poder
ter um canto só meu e, claro, encontrar um bonitão para chamar de meu
e viver feliz para sempre, cheia de bonitinhos e bonitinhas! 

5) E o Brasil? Como é visto em Moçambique? 

O pessoal aqui ADORA o Brasil. Somos consumistas compulsivos das
novelas e das músicas. Acho que são dois povos com muito em comum: a
boa disposição, a diversidade cultural, a simpatia :) Actualmente há
muitos brasileiros a viver e trabalhar aqui, até me surpreendo com a
quantidade. 

6) O que você gosta de ler? Conhece autores brasileiros? 

Eu ADORO ler. E leio de tudo um pouco, mas gosto especialmente de
romances. Gosto de uma boa história, com bastante romance, um fundo
histórico, com muitos detalhes. Adoro autores latino-americanos, são
os meus preferidos. Conheço vários autores brasileiros e o meu
preferido é, sem dúvida, o Jorge Amado. Uma vez comprei a colecção
quase toda dos livros dele, de uma vez só. Também gosto muito dos
livros do Jô Soares e da Zélia Gattai. Tenho um carinho super especial
por Anarquistas, Graças a Deus. Também já li e gostei muito dos livros
do José Mauro de Vasconcelos, principalmente Rosinha, Minha Canoa e
Meu Pé de laranja Lima. Penso que li também Pureza, de José Lins do
Rego, mas isso já foi há muito tempo, quase não me lembro da história.
Hilda Furacão, de Roberto Drummond, também foi outro livro que amei. 

7) Qual o casamento de ficção mais te marcou? 

Pergunta super difícil essa! Eu adoro um bom casamento de ficção,
daqueles de chorar baba e ranho! Não me estou a lembrar de muitos
assim de repente, mas gostei muito do quase casamento em Mamma Mia.
Quem não adoraria casar-se numa ilha paradisíaca? Também gostei muito
do casamento de My Big Fat Greek Wedding. Toda aquela confusão
cultural, famílias completamente diferentes e a força do amor que
consegue superar tudo isso fizeram desse um dos meus filmes
preferidos! 

8) Qual o seu maior sonho? 

Não sei se tenho um "maior sonho". Mas penso que seja o de ser mãe. Eu
digo sempre que se eu não encontrar o bonitão, eu faço uma produção
independente, hahaha! Tenho muita, muita, muita vontade em ser mãe,
todo esse universo me fascina. 

9) Um conselho pra todas as bonitonas que nos leem? 

Bonitonas, sejam felizes, sempre! Amem-se muito e façam sempre o que
gostam, porque isso é o mais importante.