terça-feira, 14 de abril de 2009

Ele simplesmente não está a fim de você. Ou está?

para Maria Carolina

Advertência: se você ainda não viu o filme, vou comentar vários trechos. Por ser uma comédia romântica, estou certa de que todas sabem o final (necessariamente previsível e fofo, como todos os filmes do gênero).
O filme chama-se "Ele simplesmente não está a fim de você". Só que, no filme, todos estão realmente "a fim" delas. Bem, nem todos, mas o que importam estão.
Tirando as paixonites que realmente não significam nada, a primeira paixãozinha da moça com o cara do restaurante, um pretendente internético da Drew Barrymore, esses casinhos que morrem tão no começo, mas tão no começo, que nem temos tempo de realmente achar que pudessem nos levar a algum lugar (leia-se altar), os casos efetivos do filme dão certo. Em todos, ELES estão muito a fim delas.
Vejamos.
O Ben Affleck, por exemplo, é completamente louco pela Jennifer Aniston. Nítido desde a primeira cena. Totalmente a fim, eu diria. Ela, de fato, é namorada (morando junto) dele e apesar do impasse matrimonial (caso clássico de bonitona encalhada comprometida) e eles se amam. A gente sabe que aquilo vai terminar num pedido lindo (já anotei para colocar em nossa galeria de pedidos).
O moço que paquera a Scarlet Jonhanson no supermercado, mesmo sendo casado, fica instantaneamente muito a fim dela. O que é natural já que ela é aquela coisa de linda mesmo. Mas ele faz tudo o que um cara muito a fim de você faz. Matrícula no curso de Yoga que ela dá é só uma delas. O fato de ele não estar a fim da esposa dele não é o tema do título. É casamento em crise. Já estando casado, acho que não cabe sequer a expressão, "estar a fim". Estar a fim é algo que antecede qualquer relacionamento efetivado.
O caso extraconjugal dele, e a história dos dois, em momento nenhum dá errado porque "ele simplesmente não está a fim". É uma série de outros motivos combinados e descombinados, mas a questão cerne, a vontade de ter aquela pessoa por perto, as desculpas para telefonar, os encontros "casuais" está tudo ali, berrando que sim, ele está a fim dela.
A par do meu rancor pessoal por pessoas adúlteras, tenho que admitir: o amor não segue regras e, infelizmente para as românticas inveteradas, não é o casamento que te blinda para sempre de se interessar por outra pessoa.
Finalmente, o casal mais importante do filme, a ruivinha (Gigi - obrigada, Maria Carolina!!!) e o dono do bar, ora, quem é que não sabia que ele estava prestes a ficar muito a fim dela? As pistas estavam claras e como ela mesma constatou: homem nenhum do universo atende telefone de uma mulher, enquanto está no bem bom com outra, a menos que seja uma mulher muito interessante (pelo menos muito mais interessante do que a que ele está beijando)...
Sabe quem realmente não estava a fim? A Scarlet com o namorado corretor de imóveis. Aquilo ali é a definição do "não a fim". O moço fazendo mil planos e ela, bem, ela simplesmente não está tão a fim dele, a ponto que querer sonhar com um felizes para sempre a seu lado. Para quem lê o que penso há algum tempo: é o clássico Aidan...
Então sai do filme com essa sensação.
Nos filmes, eles sempre estão muito a fim delas. O que nem sempre acontece na vida real. Porém, acho importante acreditarmos que, no fim das contas, alguém estará tão a fim de nós que será capaz de propor um futuro juntos e um felizes para sempre.
Tirando esse fato, achei muito realista o contexto geral do encalhamento e das tensões por ele desencadeadas. Posso listar no mínimo dez hábitos/situações típicas de bonitonas encalhadas com as quais me identifiquei de cara:
1 - Tomar banho com o celular ligado do lado do chuveiro, ouvir o telefone tocar e....atender! No filme, é a mãe dela que está ligando, mas, na vida real, pode ser o bonitão e, ai, como é que a gente explica o barulho do chuveiro ligado?
2 - Adorei a reflexão da Drew Barrymore sobre os foras em 7 meios virtuais. Sensacional. Antigamente, quando só dispunhamos de 1 telefone fixo e sem identificador de chamadas e/ou linha de espera na casa inteira, o autoconvencimento consolador era mais fácil: aposto que ele ligou bem na hora que mamãe estava com minha tia no telefone.
3 - Sentar do lado do telefone. E esperar. Ansiosamente.
4 - Ligar para as amigas para tentar justificar o injustificável. Você sabe que está errada, você sabe o que sua amiga pensa, porque, racionalmente, pensa igual. E sabe que vai fazer a coisa errada mesmo assim. Só que a gente precisa de que alguém fale que está errado, apesar de não adiantar nada. É como se nossa racionalidade, nessas horas, fosse alheia (a amiga). Ai, você deixa ela em casa e vai lá, fazer a burrice que está querendo fazer.
5 - Ser madrinha de casamento sem par. Ou com um par arranjado de última hora. Como o cachorro que deram pra Jen.
6 - Ter que ouvir um papo de um amigo nada a ver com você, quando sua amiga, na melhor das intenções, achou que vocês poderiam ter tudo a ver.
7 - A primeira cena do filme é impagável. A cara da menininha com a explicação da mãe é a mesma que já fiz para várias amigas. Você acha mesmo que ele ficou com outra na minha frente porque está gostando de mim mais do que gostaria? Ele está em pânico com a força do sentimento que o está invadindo?
8 - Olhar o relacionamento de outras pessoas e ter certeza que antes encalhada do que mal casada.
9 - Ficar tão tensa ao falar com alguém que você prepara um roteiro para ler na secretária eletrônica. E falar tudo errado, mais uma vez.
10 - Achar o amor onde você menos espera. No supermercado, ou num bar, enquanto procura um moço que, simplesmente, não estava tão a fim de você.


8 comentários:

Diário Virtual disse...

Adorei esse post!!! Até vou ver o filme! Bjs

Lidi disse...

Ei Laura,
Vou te mandar um email contanto a minha situação...

Bjos

julijulibh disse...

Ei laura,
conheci o blog a pouco tempo e adorei... muito interessante, voce esta de parabens!
bjos

Anônimo disse...

Ei Laura

Fui eu quem pedi. Muito obrigada por lembrar. Adorei o post =)

Sabe que vc tem razão? No filme eles estão todos muito a fim delas. Aí fica fácil!

Em todo caso eu preferiria um final mais realista e menos fofo, que seria um consolo pras bonitonas que não se desgrudam do celular nem pra dormir (tá, tudo bem, faço isso as vezes...hehehe.. mas não com qualquer casinho que termina sem nem ter começado. Só com aqueles que te fazem pensar: "agora vai!"...só que nem sempre vai).
Enfim, a minha conclusão toda é que só tentando que a gente acha. Quebrar a cara faz parte e, as vezes, é até engraçado. Vai dizer que vc não morreu de rir com a Gigi (mocinha ruiva)?

beijão e parabéns pelo livro

Maria Carolina disse...

Ops, saiu com anônimo sem querer.
Fui eu que escrevi ai em cima, Maria Carolina.
beijos

Rafa Neia disse...

Muito, muito, muito legal! E muito real! A parte de ligar pra amiga pra ouvir a coisa certa a fazer e acabar fazendo a errada é clássica! Sempre faço isso! E pior que não aprendo!!!!

Ma disse...

Entao, esse comentario vai para esse post, e o novo também, ja que eu assisti o filme hoje COM a minha mae. :D
O filme foi otimo, e é realmente incrivel as coisas que fazem a gente acreditar desde pequena. Quando a realidade é um tanto cruel mas todos esperamos que um dia, um dia seremos uma exceçao. :)
Quando assisti o filme fiquei morta de vergonha pelos personagens (principalmente pela Gigi) mas ah céus, quem nunca cometeu tudo aquilo que ela fez? Eu pelo menos, ja mirabolei tantas coisas :S
Enfim, e foi otimo assistir com a minha mae, que no final, disse:
"seu pai fez algo parecido" (quando o Ben da a aliança pra Jen). Historias que acontecem na vida real.

Jane Abrita disse...

Achei o filme um mimo só...
Vale a pena conferir e seu post arremata o filme com uma delicadeza daquele tipo "franca" que a gente gosta de ouvir...
adorei. beijos