O último post começou como uma introdução, mas foi ficando tão comprido que decidi dividi-lo em duas fases.
Então, passado o trauma das ondas de esgoto, optei nesse ano por um reveillon na praia (como, inclusive, já contei por aqui).
A praia, no caso, se chama Itacoatiara, e fica bem perto do Rio de Janeiro (a cidade). Itacoatiara é famosa por ser uma praia ótima para surf e péssima para banho, já que o mar é revolto e as ondas fortes. Muito fortes mesmo. É um tipo de mar ideal para roupa de neoprene (macacão fechado do tornozelo ao pescoço) e completamente inadequado para o tomara que caia que eu gosto de usar (pra não ficar com marquinha no pescoço).
Deixando as elocubrações de lado para abreviar o caso, estávamos todos nós, a turma do reveillon, a postos, esperando pela meia-noite. Tão logo os primeiros fogos de artifício começaram a pipocar no céu, eu e minhas amigas nos pusemos a posto, na linha em que as espuminhas mais baixinhas das ondas chegavam na areia, pra pularmos as fatídicas sete ondinhas recomendadas para trazer boa sorte. Sabe, a simpatia não estipula a altura da onda, nem nada, então, eu sempre fico bem na beirinha, quase que só molhando a ponta dos pés mesmo, mas acho que é válido.
E lá veio uma, pensei: paz! Pulei traquila...
Duas! Pensei: saúde! Pulei saudável...
Três! Pensei: sucesso! Pulei feliz...
Quatro! Pensei: amor! Pulei amorosa...
Cinco! Pensei: casamento!
De repente, de um jeito absolutamente inesperado e num rompante estranho para a sequência de ondas que a antecedera, veio uma onda de verdade, grande, dessas que embola as pernas (e encharca a gente até a cintura). Era como se um mini-tsunâmi tivesse decidido exibir-se para mim, naquele momento, ao vivo e em cores. Agora eu entendo o povo da Ásia: não dá mesmo pra antever o fenônemo.
Fiquei arrasada. Não pela semi-nudez, nem pelo necessidade de uma toalha. Fato é que, além de não ter pulado a ondinha do desejo matrimonial, ainda perdi duas outras que eu já tinha planejado. Eu ainda ia pedir pra emagrecer e pra virar escritora de vez. Pelo visto, não será ano que vem...
Fiquei um tempo decidindo o que pensar, o que fazer...será que a gente pode pular as duas ondinhas que faltavam sem ser na sequência das primeiras? Decidi nem arriscar, pra não correr o risco de ser nocauteada pelo mar de novo.
Acho que Iemanjá, ao ouvir meu pedido, disse:
- Minha filha! Pular espuma pra manter paz, saúde, sucesso e amor, que você já tem, eu até aceito. Mas pede um casamento e quer pular só isso? Se liga!!! Pode treinar que nem a Marren Maggi...Pode procurar aquela vara que a atleta brasileira perdeu em Pequim, que sua onda vai precisar... Já ouviu falar em Hawaii? Já ouviu falar em ondas gigantes...então... Toma vergonha, né?
6 comentários:
hehehe, parece que até a natureza está contra o teu desencalhamento!! Mas não te preocupes, ele vai chegar. Pensamento positivo...
Iemanjá não estava bem humorada neste dia...Depois do seu quinto pedido ela deve ter enlouquecido de vez... enxarcou o meu maridinho que foi conferir que tal mini-tsunami foi este e ainda levou o meu celular que estava com ele!!!
hahahhaa desculpa, eu tive que rir!!!
mas desencana, não é uma ondinha que vai decidir se você vai se casar ou ser escritora...
Esse ano eu esqueci de todas as tradições, não comi uva, não comi lentilha, não subi em cadeira, não pulei onda, e não passei de branco!
Todos os outros anos eu fiz isso, e só veio nhaca, esse ano quis contrariar!
Beijos
Ju
www.pinkvenus.wordpress.com
Laurinha!
Estou estreiando no seu blog e tenho que te dizer que achei simplesmente bacanérrimo! Você precisa encontrar um agente urgente e transformar esses awua textos em best seller para as demais "membras" da espécie (bonitonas encalhadas)! Me diverti a valer!!! Beijo!
Nunca deixe as elocubrações de lado. Muitas vezes, são as melhores partes dos posts.
Excelente 2009!
Oi Laura! Deixei um selo p/ vc no meu blog,
beijinhos!
pati
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