Falando sobre músicas que marcam a vida, alguma outra bonitona, além de mim, tinha a mania triste de, na adolescência, cantar músicas de fossa interpretando-as, na frente do espelho, com a escova de cabelo na mão (fazendo as vezes de microfone?).
Alguém ai, nesse mundo cibernético, também escorregava no batente da porta, até cair sentada no chão, depois daquele pé na bunda infanto-juvenil (que era todo o arsenal de desilusões amorosas de que tinhamos à disposição na época?), embalada por "Unbreak my heart?". E alguém já se imaginou chorando na chuva? E cantando a plenos pulmões "Evidências"? Já se pegou dublando uma música beeeem triste no chuveiro, olhando para o nada no sofá?
Se só eu fiz isso posso parecer louca. Talvez seja necessário até tirar o blog do ar. Mas, pelo menos para mim, acho que foi importante.
Quando somos mais novas, encenamos os sentimentos, do jeitinho que eles são nos filmes e na TV. Só que ai, os anos passam, as coisas mudam, e quando a gente vive os tropeços e contratempos, percebe todas as diferenças entre uma dor doída e uma dor encenada em videoclipes.
A gente descobre que pé na bunda dói é na alma. Que tristeza de verdade não tem beleza nenhuma (pelo menos quando a tristeza é nossa). A gente não quer que ninguém nos veja. Nem na chuva, nem no espelho, quanto mais num videoclipe. A gente quer sumir, até que tudo passe.
Porque a gente pode até achar bonito ser triste por fora, mas nunca é bonito ser triste por dentro.
Um comentário:
Ai Laura, só tu...hahaha...é tão verdadeiro isso tudo! Eu até fui "apanhada" pelo meu pai qnd fazia essas cenas teatrais, hahaha! E é duro confessar, ter que admitir, mas as minhas cenas eram todas ao som das músicas dos Backstreet Boys! Sim, podes rir à vontade, eu era a fã nº1 deles! As paredes do meu quarto eram completamente forradas por posters deles! Enfim...
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