sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Uma encalhada gorda e um vestido magro

Eu já estava antevendo que tinha engordado, mas, assim, como acontece com toda notícia ruim, minha primeira atitude foi negar. Semana passada, tive uma reunião com um cliente antigo, e ele soltou:
- E você, parou mesmo de fazer ginástica?
(Frase automaticamente entendida como "nossa, que engordada, hein?")
- É, parei. Mas engordei tanto assim?
-Nãaaaaaaaaao, não é que você engordou tanto...É SÓ QUE EU JÁ TE VI MAIS MAGRA.
Se isso não fosse um alerta, nada mais seria. Domingo, bem naquele momento triste em que toca a primeira musiquinha do Fantástico, decidi encarar os fatos, me olhei no espelho e assumi: é, a situação está mesmo feia. Quer dizer, feia, nem tanto, mas gorda...
Lembrando do próximo compromisso casamenteiro, a realizar-se amanhã, resolvi experimentar o vestido que pretendia usar. Olha, sinceramente, não sei descrever o que aconteceu.
O vestido é um tomara que caia longo que, quando foi adquirido, há uns míseros 5 meses, estava perfeito. Ele só é justo no busto, e bem solto no resto, como gostam de dizer, faz um gênero linha império. Se alguém me contasse, eu não acreditaria, mas juro que engordei tanto, mas tanto, que o vestido quase não fechou. Tive que chamar meu pai pra ajudar. Ele, não satisfeito de ter me designado "a bonitona encalhada", ainda soltou: ué, Laura, tá querendo participar daquele programa das noivas gordas (Pra quem não sabe essa história, é o primeiro post desse blog)?
Engordei nas costas. Aliás, encorpei geral, incluindo as costas. Agora você pensa, se a pessoa está gorda nas costas, imagina a bunda. Porque assim, todo mundo tem uma escala engordativa. O corpo vai engordando sucessivamente em cada parte. A minha, no caso, é a seguinte:
1º - bunda
2º - bunda
3º - culote
4º -coxa
5º - barriga
6º - mais um pouco na barriga
e, agora, surpreendentemente e ineditamente, contrariando todas as experiências baleísticas prévias:
7º - costas
Pois bem. Desesperada e semi-descontrolada, dada a proximidade do casamento e o "detalhe" de eu ser MADRINHA e de não ter OUTRA ROUPA DE MADRINHA disponível e nem recursos financeiros para adquirir (e nem vontade de entrar em loja de gestantes e/ou gordinhas), decidi começar uma dieta líquida.
Segunda-feira, foi até tranquilo.
Terça comecei a sentir tonturas. Nem estava conseguindo pensar. O pior é que minha mãe, toda bonitinha nas tentativas de me ajudar, toda vez que eu falava que estava com fome, soltava: bebe água. Gente! Nem que eu fosse um caminhão pipa poderia armazenar tanta água. Falei: mãe, não é sede, é fome. Impaciente, comi um polenguinho light e fui dormir pra ver se a sensação passava.
Na quarta, inseri iogurte e um hamburguer de peru na alimentação.
Na quinta, desisti dos líquidos e fiz tipo um dia de dieta normal. Acabei comendo um bem-casado que eu tinha ganho de outro amigo que me chamou pra ser madrinha também (temporada 2009 de casórios está fervendo)...
Hoje, estou tentando me conter. Ainda não experimentei a meleca do vestido, mas estou prevendo que vai ser difícil. E o pior dessas coisas de realmente ver que você está gorda, é que o seu olhar sobre você mesma acaba mudando de um modo geral. De repente, parece que minhas celulites resolveram ficar mais saltitantes, ou será que elas já estavam assim e eu é que estava me protegendo de enxergá-las, numa atitude de clássico auto-engano. Sabe, assim como em "o pior cego é o que não quer ver"?
Pior de tudo é saber que, com esse sobrepeso todo, fico sem condições de competitividade para brigar pelo buquê. Não dá pra saltar, alongar, correr, assim, ainda mais de longo e de salto. Se ainda fosse uma competição tipo sumô, talvez eu tivesse alguma chance. Mas não. Fato é que ainda tenho 24 horas. Se eu fizer jejum talvez consiga perder algum peso até lá. Por outro lado, sempre existe o risco de eu estar tão fraca que posso desmaiar antes do arremesso, ou ainda que acordada, não ter forças para levantar os braços.
Aguardem as novidades.
Beijos.

5 comentários:

Rafaela Porcaro disse...

não vai beber de estomago vazio bonitona...

Ana Claudia Lourenço disse...

Bonitona eu sei que é tragico, mas a maneira como você escreve acaba ficando cômico!!!! Adorooooo!!!!
Bjo!
Ah quer uma dica?! Se o bumbum tá grande use-o para empurrar as outras moçoilas na hora do tão disputado buque! Pense pelo lado bom da história! ;)

Catiluva disse...

Além de me vigiares, queres que te vigie também? Para ver se não cometemos asneiras? A situação está grave para os dois lados...

renato disse...

Figurinha

Anônimo disse...

por que será que a maioria das mulheres sempre se acha acima do peso? mania ou realidade?