Colei o adesivo sobre a minha cabeceira e passei uns dias estranhando a novidade. Quem chega no meu quarto logo repara e comenta, eu, quase nem lembro que está lá. Acho que é mais ou menos como quem faz uma tatuagem. A tatuagem precisa ser feita, a pessoa vai lá e faz, pra completar o corpo com um lembrete a mais de que cada um é único. Depois de fazer, a pessoa fica olhando a tatuagem até se acostumar com ela, mas depois, com o passar dos dias, nem se lembra mais. A tatuagem vira parte da pessoa, do mesmo jeito que Shakespeare virou parte do meu quarto, do meu contexto.
Fato é que, essa semana, reparei no trecho. O que interessa mesmo não são as noites em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.
E eu, que sempre sonhei o tempo inteiro, dormindo ou acordada, tinha me esquecido disso. Do aviso que eu mesma colei em minha vida, para que eu não me esquecesse. O que importa mesmo são os sonhos. Sonhos de todos os tamanhos, cores e durações. Sonhos de vida inteira e sonhos de um minuto. Somos sonhos, matéria prima da alma. O resto, todo o resto, é o que fazemos para realizá-los.
7 comentários:
Uauuuuuuuuuuuuuuuu! Que lindo tudo isso que vc falou Laura!
As vezes eu tb tenho que agir assim: me fazer lembrar de alguma maneira das coisas importantes para mim! Vivo escrevendo bilhetinhos de coisas que li e gostei! Sem duvida esse trecho de Shakespeare é o que eu precisava ouvir/ler hoje!!!!
Beijão, tudo de bom o seu blog como sempre!
"Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho." Mahatma Gandhi
Laura, que respiro, que presente o teu post. Olha que coisa mais linda vc pensou e escreveu pra gente. Obrigada querida.
http://walkyria-suleiman.blogspot.com/
mas que coincidência. meu professor falou sexta passada que o que importa são os sonhos, e agora eu chego aqui e você escreve isso!
pensando bem, talvez eu não esteja sonhando mais...
um beijo. :)
Bonitona,
Já dizia Fernando Pessoa:
"Quem não vê bem uma palavra não pode ver bem uma alma".
Preste muita atenção nessas coisas que você lê/escreve e que voltam depois com mais clareza. Nossa alma as percebem muito mais rápido que a razão, daí você acaba guardando um poema, escrevendo uma carta pra alguém, e por aí vai; e depois isso volta pra você como convicção. Faz parte do autoconhecimento, e como você escreve muito, deve ser muito natural pra você.
Oi,
nada como um texto com bom humor - em horas de crise ou não. E grato por "seguir" o Balaio.
Beijos.
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