domingo, 29 de março de 2009

Intimidade é uma ******Piiiiiiiiiiii

Eu tento, em geral, manter o bom nível dos textos publicados neste blog.

Só que, ontem, estava eu num aniversário de um amigo (casado), quando presenciei uma discussão bastante peculiar sobre um tema um tanto escatológico: se é aceitável/recomendável fazer xixi ou, hum, o famoso "número 2", na frente do parceiro.
O tema foi discutido tão acaloradamente, que me surpreendeu. Eu nunca pensara nisso como sendo uma questão do relacionamento. Mas parece que é.
Algumas das esposas eram a favor de escancarar geral. Não viam nenhum problema em invadir o banho alheio, para, enquanto o chuveiro estava em pleno funcionamento, fazer uso do item desocupado no "toillete" (e não me refiro à pia).
Outras, com olhos arregalados, diziam não serem capazes de deixar sair nenhum resíduo (nem líquido, nem sólido, nem gasoso) na presença do ser amado.
Aquela colocação clássica: mulheres que são criadas achando que tudo que delas sai deveria ser perfumado e cor de rosa, casam-se e sentem culpa por serem humanas, com todas as peculiaridades orgânicas que a humanidade implica.
De uma coisa, ninguém discordou: intimidade é uma ******* piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii....questão complexa em qualquer relacionamento.
Conviver, todos os dias, com o jeito de espremer o tubo de pasta de dentes, com a mania de lavar calcinha no box, de deixar o tênis no meio da sala, de deixar os cabelos na pia, de esquecer de esticar a toalha, de pisar com o sapato sujo da rua no tapete limpo do banheiro, de não trocar o rolo do papel higiênico, de não guardar o refrigerante de volta na geladeira, de não apagar a luz da sala, de sei lá mais o que...deve ser bem difícil mesmo.
Enquanto umas argumentavam "quando os filhos vierem, vocês vão ter que perder o nojo de qualquer coisa!", outras diziam "mas eu não sou mãe do meu marido!".
E a discussão foi se estendendo. As pessoas jantando e o papo de coco (nunca sei se coco é com ou sem acento e nem desconfio se isso mudou com a reforma ortográfica) rolando. Até a garçonete, depois de duas vindas na nossa rodinha, perdeu o pudor e falou:
- Vocês não vão mudar de assunto???
Não. O assunto rendeu boas risadas. Até pra mim que, aliviada, pensei que algumas questões do desencalhamento não me dizem mesmo respeito. Ainda. E ainda bem.

3 comentários:

bonitão créu disse...

No "número 2", há um ritual sagrado a ser seguido, que não inclui platéia (adiro ao movimento "a reforma é uma merda" - pra não sair do tema escatológico).

Contou-me um amigo que o auge da intimidade do casal é estar sentado no sofá, ela deitada com a cabeça em seu colo, vc peida e segura a cabeça contra suas pernas.

-Helô Helê- disse...

Eu gosto de assuntos escatológicos. Mas gosto mais ainda de assuntos de intimidade. É curioso ver como os casais reagem diante das coisas mais simples da vida, como o chamado da natureza. Uma vez disse pro namorido: Não esqueça que sou bióloga. Fluidos corporais não me assustam.
Mas, via das dúvidas, o momento de privacidade é sagrado. Cada um com o seu - separados, é claro.

Zé Cabudo disse...

Podem soltar os fogos. Depois de entrar aqui religiosamente todos os dias, finalmente estou com a leitura atualizada. Agora, estou por dentro de tudo. Muito legal.

Sobre a postagem em questão, cê credita que eu tava comentando isso semana passada com uma colega de trabalho? Ela acabou de marcar casamento, depois de oito anos de namoro e é alguns anos mais velha que você. Então, acredite, que ainda há tempo. Bom, eu, que pulei a fila da noção, fui perguntar se o noivo peidava na frente dela (pode usar essa palavra aqui?) e alertei que uma hora isso ia acontecer. Ela levou o papo numa boa. O problema foi que estávamos numa solenidade tão chique, que contava com a presença do governador, de vários prefeitos, inclusive da capital, e outras pessoas importantes. Daí, duas senhoras (provavelmente importantes) ao meu lado é que fizeram comentários desaprovando a conversa. Para não ter sido hipocrisia, ou elas não são casadas ou elas são casadas uma com a outra. Não conheço marido que não exale uma sonora flatulência, até com certo orgulho, diante da companheira.