Quando escrevi a teoria do encalhamento, para o blog e para o livro, eu disse que estar encalhada não era simplesmente estar solteira. Encalhar, para mim, é ficar parada no tempo, enquanto tudo a nossa volta evolui.
E ai, nesse conceito, posso dizer que reencalhei nos últimos meses. Pode ser que tenha sido um respiro criativo. Um desassossego. Uma pausa. Um estado de alerta. Mas, como nunca antes na história deste blog, mesmo quando o encalhamento era uma questão de estado civil, eu me senti encalhada. E isso é bem triste, como algumas de vocês devem bem saber.
Acho que o tempo livre e o fato de estar longe das minhas amigas (incluindo minhas familiares, que são minhas amigas também), me fez entrar em parafuso. Ficava pensando em várias coisas do passado, em várias coisas que fiz, falei, pensei, em várias situações que vivi e que, hoje, vejo/avalio de forma diferente. Fiquei remoendo atitudes que não tenho como mudar, pensamentos de outros tempos que, feliz/infelizmente, não tenho como repensar. E fiquei travada. Comecei a pensar: Nossa, se eu olho pra trás e penso que errei tanto, então, daqui a um tempo, vou olhar pra hoje e pensar que estou errando de novo, e de novo, e de novo... Então, eu travei. Simples assim.
E eu juro que tentei escrever alguns posts, mas achei que estava sendo boba, feia, chata, ou todas as alternativas anteriores. E eu sempre achei que, se for pra fazer mal feito, é melhor nem fazer. Porque quando a gente decide levar aos outros uma coisa que é nossa, tem que ser uma coisa com a qual a gente se identifique, uma coisa da qual a gente, ainda que minimamente, se orgulhe...
Por outro lado (e para sair do labirinto em que me coloquei), comecei a pensar que nem tudo o que tinha feito me deixava preocupada, triste, arrependida. Que, no saldo geral, as coisas que faria exatamente do mesmo jeito, eram a maior parte. E que, por elas, eu sentia que meu saldo de vida era positivo. Porque sim, eu posso ter magoado alguém no caminho...mas também posso ter feito algumas pessoas felizes. E não tenho como apagar nada, mas, felizmente, há muito o que escrever ainda. E, com todas as páginas em branco pela frente, é melhor pegar logo a caneta, as canetinhas e o lápis de cor e tentar caprichar.
Agora, finalmente, sinto que desencalhei. Que estou novamente pronta para recomeçar o blog...não de onde parei, mas de onde estou agora. Sinto que o que penso hoje, é, bem...é o que a pessoa que sou HOJE pensa. Se vou mudar? Se vou pensar diferente no futuro? Pode ser que sim. Pode ser que não. Seja o que Deus quiser.
Um novo ponto de partida. Não sei os rumos que este blog vai tomar, não sei o que está por vir. Só sei que a gente tem que ir em frente, dando os passos no nosso ritmo, mas olhando pra frente. Escrevendo, desenhando e colorindo. E rindo.
3 comentários:
Bonitona... a cada palavrinha deste post eu suspirava... eu andava sentindo as mesmas coisas que você colocou aqui nesse papel virtual... encalhei no tempo por um momento, e lá fiquei com meus medos e tudo mais... Aos poucos tenho me borboletado mais ainda não sai do casulo... Este seu post foi fonte de inspiração! Acho que agora vôo... :) Beijo grande!
PS: Recebeu meu mail com as respostas?
PS2: Vixi... aqui todo mundo lê né?! rs Mas acho legal compartilhar, afinal... todo mundo se sente encalhado uma vez na vida! :)
Que bom que voltou, e que seja com força total! Um texto seu marcou um momento muito importante (e triste)da minha vida e, agora que estou renascendo, espero encontrar aqui muita coisa nova, colorida e cheia de vida! Beijos
oi Laura tbd?
Lendo seu post, de fato as vezes a gente perde um pouco o ritmo das coisas, fica pensando, pensando e pior, não chega a lugar nenhum. Acho que a vida é assim mesmo, momentos mágicos, momentos difícieis, momentos de indecisão sem saber que rumo tomar, mas no final de todos os nós que colocamos na nossa cabeça, conseguimos nos centrar e ir em frente. Que atire a primeira pedra quem nunca se sentiu assim!!!! rsrs
Bjusss
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