Se você é uma bonitona encalhada bem sucedida, precisa ter um certo nível de organização, pra não ficar perdida entre os diversos pretendentes (presentes, pretéritos e futuros, ou seja, todos aqueles que te pretendem, pretendiam e ainda pretenderão).
Em outras palavras, quando tudo o que você tem de mais concreto são possibilidades de um relacionamento duradouro, e ainda não sabe em qual deles deve investir, manter os pratinhos girando é a tática mais recomendada. Obviamente, casos como esses demandam não só uma memória de elefante (e espero, do fundo do meu coração, que apenas sua memória seja paquidérmica, jamais seu corpinho) e um celular com memória suficiente para mais de 10 anos de paqueras (porque, vamos combinar, bonitona encalhada só depois dos 25, né?).
Considerando que poucos acontecimentos na vida são mais desagradáveis do que atender a um telefonema sem ter a menor noção de quem te ligou (especialmente quando a pessoa do outro lado nem desconfia disso), é bom que você tenha uma estratégia prática e objetiva.
Então, se você dispõe da maravilha tecnológica privativa e particular (imaginem a vida das bonitonas encalhadas antes da telefonia móvel!) com identificador de chamadas, considerando que seus pretendentes serão inúmeros, mas os nomes masculinos não são, você vai ter que dar um jeito de ligar o nome à coisa, ou melhor, ao coiso que te liga. Afinal, João, Ricardo, Bernardo e Marcelo não são nomes exatamente únicos e exclusivos (como seria o caso de um Allan, ou de um Stefano), e o risco de você conhecer dois "homônimos" é alto. Como fazer?
É importante que a classificação adotada tenha um critério objetivo e único para todos. É uma péssima idéia escrever Fulano Lindo, se você acha vários dos seus paqueras lindos, ou simpáticos ou beijo-bom ou tudo de bom (TDB).
Uma amiga minha (podem acreditar, não sou eu, juro!) resolveu de vez a questão: acrescenta, logo depois do nome do bonitão, o lugar em que se iniciou affair. Com isso, ela resolve dois problemas de uma vez só: problema um - identifica o sujeito e, problema 2 - já tem um contexto pronto para a conversa. Afinal, os assuntos a serem abordados com João Axé são completamente diferentes daqueles a serem tratados com Lucas Rave e Bernardo Sushi Lounge e, certamente, bem distintos do que os debatidos com Marcelo Pós Graduação e Ricardo Sertanejo.
É claro que você corre o risco de, aos poucos, ver seu celular transformado num mini-guia de baladas da cidade, tipo aquelas edições da Veja cidades, o que, pensando bem, é bom, porque significa que você circula, se diverte e está encalhada porque, enquanto não sai casamento, você pelo menos está curtindo bem seu encalhamento.
A técnica é praticamente imune a riscos. Identifiquei dois: o desagradável hábito de alguns espécimes masculinos que insistem em usar um "número privativo" e o caso de você, num momento de fúria, solidão, desapego, memória cheia do aparelho, ou todas as alternativas anteriores, ter desativado o número de um pratinho, que, do nada, resolve rodar de novo. Vamos combinar, tem pratinho que é de metal ou de plástico, como os pratos de criança. Além de serem da pior qualidade, insistem em não quebrar nunca.
Outra consideração relevante é nunca, jamais, em tempo algum, ceder à tentação de colocar, simplesmente: não atender 1, não atender 2, não atender 3, para aqueles que merecem ser deletados. Como disse, pratinhos estão sempre girando, o mundo dá muitas voltas e, recuperar o telefone certo no meio de tantos números é praticamente impossível. Além de constrangedor. Imagine a cena: você fala pro moço que perdeu o telefone dele, que a memória do celular apagou, sei lá, uma desculpa qualquer. Ele, o paquera que estava desativado, sugere te dar um toquinho. Você pega o aparelho e, bem na frente do paquerildo, surge um "não atender 26". Não dá.
Além disso, tratando-se de telefone celular, você sempre pode ignorar as chamadas, por a culpa na operadora, cantar a musiquinha da Oi: "quem ama bloqueia/ quem ama bloqueia". E, se quiser ser mais clara, sem precisar falar nada, é só dar um end. Nas chamadas e no relacionamento.
Um comentário:
Adorei!!!! Nunca tinha pensado em identificá-los assim, e olha que já tive problemas com isso porque coloquei um apelido e depois não lembrava quem era... e a curiosidade? Fora os não-atende que envolviam paqueras fracassados e vendedoras de loja, e acabei passando dificuldades! hahaha
A verdade é que como deixei o estágio encalhada pelo menos "por enquanto" preferi trocar o número do celular.....hahaha
Você está de parabéns pelo seu blog!
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